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da Redação DiárioZonaNorte
O Diário Oficial da Cidade de São Paulo publicou, na última 6ª. feira – 14ago2020 -, a portaria número 319/2020-SMS.G, que determina o remanejamento de 257 funcionários da Coordenadoria de Vigilância em Saúde – COVISA, órgão autônomo responsável pela prevenção de epidemias, estudos, avaliações e ações de Vigilância Ambiental, Vigilância da Saúde do Trabalhador, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária da cidade de São Paulo, para as Coordenadorias Regionais de Saúde.
Durante a quarentena decretada em São Paulo, o órgão tem sido responsável por inspecionar hospitais e serviços de saúde, conferir como estão sendo feitas as notificações dos casos da Covid-19, analisar os protocolos de reabertura econômica, entre outras funções de inspeção.
A portaria é um desdobramento do Decreto nº 59.685, de 13 de agosto de 2020, que na teoria, reorganizaria toda a Secretaria Municipal de Saúde. A gestão Bruno Covas não apresentou nenhum plano no Conselho Municipal de Saúde, na Câmara Municipal ou na própria Covisa. Com a portaria, a Covisa também perde sua autonomia administrativa e financeira.
Sérgio Antiqueira, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) afirma que além da Prefeitura não ter realizado qualquer tipo de consulta, vê a medida como uma tentativa de desmonte da Coordenadoria da Vigilância Sanitária com fins eleitorais.
“Fazer a remoção de 200 trabalhadores da Covisa, uma reestruturação que na verdade significa um desmonte da Coordenação de Vigilância em Saúde“, afirmou Sérgio Antiqueira em um vídeo postado na fanpage do Sindsep, é “deixar de ter um órgão técnico que tem se posicionado contra a flexibilização no mês de junho e contra a abertura de escolas no mês de setembro. Talvez, isso tenha incomodado muito o governo que, durante esse período eleitoral, tem uma proposta de candidatura do prefeito à reeleição.”
O Sindesp e trabalhadores da COVISA realizaram um protesto na manhã desta 2ª. feira (17ago2020), exigindo a revogação imediata do ato assinado pelo prefeito Bruno Covas. Os manifestantes saíram em caminhada da frente do prédio da Coordenação, passou pela Secretaria Municipal de Saúde, onde por meio de um megafone pediram que Edson Aparecido – secretário municipal da Saúde – recebesse uma comissão de manifestantes para conversar sobre o remanejamento.
Em razão da manifestação, o prefeito Bruno Covas cancelou a visita que faria nesta 2ª. feira (11h15) a Secretaria da Saúde para conhecer as funcionalidades do aplicativo e-Saúde do Programa Avança Saúde, desenvolvido em parceria com o BID.
A comissão seguiu para o gabinete do prefeito Bruno Covas, entoando em coro “Trabalhador na rua, prefeito a culpa é sua!”.