Home Cotidiano O progresso veio, mas as Villas ainda sofrem com os poucos recursos...

O progresso veio, mas as Villas ainda sofrem com os poucos recursos na saúde pública

Pronto Socorro Municipal V.Maria/V.Guilherme
Tempo de Leitura: 4 minutos

progresso

por Beto Freire (*) — Artigo n. 06 – < Cidadania >

Os distritos das Villas da Zona Norte são muito antigos, bonitos e aprazíveis, tem juntos quase 350 praças e dois parques públicos municipais do Trote,  na Vila Guilherme,  e o  Tenente Brigadeiro Faria Lima, no Parque Novo Mundo — e bem próximo do Parque Estadual da Juventude/Dom Evaristo Arns, no vizinho Carandiru/Santana.

São mais de 300 mil vizinhos espalhados em quase 27 quilômetros quadrados, com enorme variedade de comércios, indústrias, fábricas e empresas de transporte e logística. E muitas histórias de imigrantes que construíram com amor e sacrifícios o que hoje desfrutamos de progresso, mas ainda enfrenta alguns problemas.

progresso
Hospital Municipal Vereador José Storópoli-“Vermelhinho”
Surge o “Vermelhinho”

E tudo isso para um único hospital público, que se impôs com o nome do ex-vereador  José Storópoli,  e que ficou conhecido popularmente como Vermelhinho — por causa da pintura do prédio visível, na época, na Via Dutra — , que teve sua inauguração em dezembro de 1989, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (PT),  mas o início das tratativas e obras para a empreitada começou ainda na gestão Jânio Quadros, em 1985.

Passados quase quarenta anos, desde o ponta pé inicial para a construção do Hospital Municipal Vereador José Storópoli — hoje administrado pela Organizacão Social de Saúde (OSS) da SPDM , muita coisa mudou nas Villas, inclusive a quantidade de pessoas morando na região. Isto siginifica um crescimento em torno de 40% entre a década de 80 e os dias atuais.

Naquele tempo não tínhamos também tantos veículos circulando, não existia por exemplo os serviços de motoboy ou entregadores de aplicativo como Ifood e Mercado Livre. Sequer existiam os smartphones e a pressa da internet, para comprar e exigir entregas rápidas e urgentes. E ainda continua atendendo os acidentes na Via Dutra, Fernão Dias e Marginal — além de municípios próximos.

progresso
Pronto Socorro/Vermelhinho
Um nova realidade

Com o passar dos anos, esse nova realidade trouxe muitos acidentes, a turma que rala para entregar comida, remédios e equipamentos em cima de duas rodas é muito propensa a sofrer acidentes. A violência também sobrecarregou o Pronto Socorro, que também encontra-se no mesmo prédio do Hospital Vermelhinho, no Parque Novo Mundo.

Em todos esses anos, apesar do crescimento populacional e econômico da região, o Vermelhinho nunca recebeu um ampliação física, sequer recebeu o investimento público para tornar-se terciário, com especialidades médicas e laboratoriais em seu funcionamento.

Mesmo ficando abarrotado todos os dias, e com aumentos constantes de pacientes, esse hospital municipal nunca recebeu a atenção devida e respeitosa do poder público. A saúde pública é carente de funcionários, equipamentos, especialistas, reformas e pinturas são positivas, mas não trazem resultado e qualidade no tratamento de pessoas enfermas.

Falta ao hospital público uma ampliação de estrutura física e principalmente de infraestrutura material e humana, para ter mais espaço e condições de acolhida aos doentes. E principalmente conseguir mais ferramentas para tratar e salvaguardar vidas.

trote progresso

Os investimentos necessários

A região é deficitária em saúde pública, a demanda deságua no PS Maria/Guilherme e Vermelhinho, que dentro de suas limitações fazem um atendimento precário, mas digno aos pacientes. Junto aos esforços e dedicação de médicos, enfermeiros e demais funcionários.

Com um pouco de atenção e investimentos, o Vermelhinho poderia receber o status de terciário, com especialidades médicas para tratamento de câncer, e um equipamento de ressonância magnética, muito importante para avaliar pancadas na cabeça por exemplo.

É muito pouco dinheiro para um benefício enorme, mas infelizmente nossa região tem a cultura de valorizar a saúde apenas quando está doente, esquecendo que existem pessoas doentes precisando de atendimento respeitoso, enquanto estamos saudáveis.

A sociedade civil tem responsabilidade, é dever de todos nós contribuintes, solicitar melhores condições de trabalho, atendimento e abrangência no atendimento Sistema Único de Saúde (SUS). Também é nosso dever fiscalizar e acompanhar os destinos do dinheiro público oriundo de impostos, que sempre tem o suor da população como combustível.

Quiçá nossos vizinhos tenham mais engajamento político, assim podendo exercer plenamente seus direitos e deveres para que nossas vilas tenham cada vez mais qualidade no sistema de saúde pública!


Beto Freire

(*) Beto FreireAntonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, é torcedor apaixonado pela Portuguesa de Desportos. Ele é um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


             Comentários e sugestões: [email protected]


Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.

progresso progresso progresso progresso

 

d