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Editorial: Os escorpiões estão voltando na Zona Norte. A culpa tem dois lados.

Tempo de Leitura: 3 minutos
 
da Redação DiárioZonaNorte 
Editorial

Algum morador da Zona Norte de São Paulo ouviu dizer em  alguma reportagem na televisão, ou até em rádio ou nas mídias sociais, que os bairros do Jardins registraram casos de “escorpiões”? Ou que os moradores dos chamados “bairros nobres” (ou os seus funcionários) descartam lixo em suas calçadas? Não se vê nestes lugares sofás, entulho, armários, guarda-roupas, televisores e outros trecos velhos jogados nas esquinas. Também são raras as enchentes nestes bairros.

Pois é, a verdade sempre tem dois lados. E a culpa de algumas ações e atitudes são geradas pelos próprios moradores. Claro que a gestão municipal tem também sua responsabilidade e precisa encarar ações de zeladoria como estratégicas para a política pública de saúde e assim, dar condições de vida para os moradores. Mas tudo deve ser compartilhado e cobrado dos dois lados.

No ano de 2018, a redação do DiárioZonaNorte bateu um recorde no recebimento de reclamações de leitores sobre a proliferação de “escorpiões” em várias áreas, principalmente nas regiões de Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros. Registramos também reclamações de outros bairros da Zona Norte (como a Vila Constança, o Jova Rural e o Tremembé) e até da  Zona Leste.  A situação se repetiu em 2019.

Mas friamente, analisando os dois últimos anos, vamos notar que os mesmos locais onde houve o registro de escorpiões são os  locais que tiveram inúmeras reclamações de lixo descartado irregularmente – os chamados pontos viciados.

Por outro lado, na Vila Maria – e seus bairros agregados – a Amlurb – Autoridade Municipal de Limpeza Urbana alterou (sem consulta e pesquisa juntos aos moradores) os dias e horários da coleta do lixo.  

Houve muitas reclamações e criou-se um impasse: a Amlurb não cedeu e os moradores não se adaptaram a mudança de um  hábito de muitos e muitos anos de coleta. Com essa mudança, virou o caos na região. Os mais diversos resíduos residenciais ficaram jogados nas calçadas, com mau cheiro, até o recolhimento pelo serviço de limpeza contratado pela Prefeitura de São Paulo.

Como lembra um velho morador Beto Freire, um observador diário do que acontece na região, “estamos indo ao trabalho ou levando os filhos na escola simplesmente desviamos de sacos de lixo,  móveis descartados com direito a buracos e poças d’água putrefatas. No Distrito das Vilas Maria/Guilherme/Medeiros o contribuinte recebe o tratamento de resmungão ao invés de cliente, assim o que lhe é servido pelo poder público não é considerado serviço, faz-se como favor…”

Com o acumulo de lixo podre, aparecem as moscas, ratazanas e as baratas! E qual é o alimento do “escorpião”? Claro, todos sabem: a barata. Desta forma, os escorpiões estão no cotidiano dos moradores, com relatos e fotos recentes mostrando o que está acontecendo.

Consequentemente, as reproduções de “escorpiões” são bem maiores.  O escorpião não responde a venenos, então é praticamente impossível. os domésticos que possam resolver o combate essa infestação de animais peçonhentos.

Olhando com frieza e bom senso, a população tem por obrigação realizar o descarte de lixo em lugares apropriados (no caso, os ecopontos) ou solicitar  oficialmente o serviço à Subprefeitura, por meio do telefone 156 e esta tem a obrigação de atender rapidamente os pedidos.

Por outro lado, a Subprefeitura deveria incentivar e flexibilizar  o esquema do “Cata-Bagulho”, que não tem um serviço mais ativo e móvel para atendimento à população, ficando em um esquema rígido aos sábados e com roteiros repetitivos.

Cabe também à Subprefeitura (no caso específico das Vilas Maria, Guilherme e Medeiros) se posicionar como intermediário entre a população e a Amlurb e promover de alguma forma um diálogo sobre o problema.  E ao ter mais comunicação com os moradores, muitos problemas podem ser resolvidos em comum acordo.

Com as escolas municipais (e até estaduais) da região levar mais instruções para educação de alunos e suas famílias. Além de instruções, a divulgação de panfletos e banners com explicações sobre o lixo, o descarte correto e o que podemos eliminar de moscas, escorpiões e até a dengue. E mais: os bueiros entupidos com o lixo levado nas enchentes. A contribuição tem que ser levado mais a sério, dos dois lados, do munícipe e do poder público.

Convidamos você, leitor, a refletir: quem é  o culpado?

Quanto aos escorpiões, o DiárioZonaNorte já produziu reportagens a respeito, que podem ser conferidas nos links abaixo:

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