Home Destaque Contamos a origem do Ano Novo

Contamos a origem do Ano Novo

Ano Novo
Frances Brundage - Cartão Postal de Feliz Ano Novo datado de 1911
Tempo de Leitura: 3 minutos
da Redação DiárioZonaNorte

Ahhhh… o Ano Novo.  A maior festa da humanidade. É quando a esperança invade os corações e tudo se torna frenético…. Todos querem resolver tudo, no último dia do ano. Desafetos viram amigos novamente,  fazer uma “fézinha” na Mega da Virada e  entrar com o “pé direito” no ano novinho em folha que está chegando.

E tome fogos de artifício, oferendas para Iemanjá, pular sete ondas, comer uva, lentilha e romã. A crença de que a virada de ano significa algo grande e bom é universal.

No início, a Mesopotâmia

Há mais de 4 mil anos, a passagem do tempo era contada pelas estações do ano e o homem já celebrava a chegada de um novo ciclo. E tal qual os rituais de hoje, para atrair prosperidade e saúde, os cultos de 4 mil anos atrás pediam alimento e fartura.

O primeiro registro de celebração de “ano novo”  foi na Mesopotâmia (atuais Iraque, Kuwait, Síria e Turquia), e acontecia no  fim do inverno e início da primavera, época em que se iniciava uma nova safra de plantação – entre o dia 22 e 23 de março, data do início da primavera no Hemisfério Norte.

Com a introdução do chamado Calendário Gregoriano em 1582 (imposto pelo Papa Gregório XIII), o primeiro dia do novo ano passou a ser 1º de janeiro.

Réveillon

Só no século XVII, na França, surgiu o termo réveillon – que significa “acordar” em francês.  Ele representava festas da nobreza que duravam a noite toda.

Com a decadência da nobreza francesa a palavra passou a ser sinônimo de festa de véspera de Ano Novo.   No Brasil, a festa francesa também foi adota pela nobreza e se misturou ao sincretismo religioso.

Na Bahia, as comemorações começam antes do dia 31 propriamente dito. Durante a Sexta-Feira da Gratidão, fiéis de todo o país vão até a Igreja do Senhor do Bonfim para pedir proteção para o próximo ano, levando objetos para benzer – carteiras de trabalho, chaves de carro, casa, como colares e as icônicas fitinhas do Bonfim.

Na década de 1970 usar roupas brancas na festa de Ano Novo se tornou comum no Brasil, quando membros do Candomblé passaram a fazer suas oferendas na praia de Copacabana. Pessoas que passavam pela praia e viam o ritual, acharam bonito o branco – e adotaram a vestimenta.

Simpatias

A tradição de pular as sete ondas na virada do ano, fazendo sete pedidos diferentes, também está ligada à Umbanda e ao culto a Iemanjá. O sete é um número cabalístico, que na Umbanda representa Exu, filho de Iemanjá.

Também tem relação com as Sete Linhas de Umbanda, conceito de organização dos espíritos sob o comando de um orixás. Cada pulo, nesse caso, seria o pedido a um orixá diferente.

Ano Novo

O velho e a criança

Duas imagens comuns do ano novo são o Senhor e o Bebê do Tempo.  Eles literalmente simbolizam o fim de um ano e o começo do próximo, mas também têm suas raízes na mitologia e na prática de longa data.

O Senhor do Tempo tem suas raízes em Chronos, o deus grego do Tempo, e na tradição Holly King dos celtas.

Ambos são retratados nas histórias antigas como um homem velho, geralmente barbudo, vestindo túnicas e velha expressão sábia, carregando  um relógio de algum tipo, reforçando a ideia de que o tempo está passando (e passando por ele).

Já o Bebê do Tempo, tem suas raízes no deus grego Dionísio, que era comumente descrito como um bebê nascido no final do que é o nosso ano civil moderno.

O Bebê simboliza o que vem pela frente, a promessa do renascimento e um novo começo, à medida que o calendário muda e janeiro dá lugar a fevereiro novamente.

É também no dia de Ano-Novo que se celebra o Dia da Confraternização Universal, conforme reconhecido pela ONU – Organização das Nações Unidas e o  Dia Mundial da Paz, desde 1968, quando o Papa Paulo VI instituiu uma data para celebrar a paz entre os povos.