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Em meio a uma epidemia de dengue, Prefeitura suspende fiscalização das Unidades de Saúde geridas por Organizações de Saúde

Cometinha fiscalização das unidades de saúde
Fachada do Pronto Socorro Vila Maria Baixa com faixa anunciando a reforma
Tempo de Leitura: 2 minutos

fiscalização das unidades de saúde

da Redação DiárioZonaNorte

 

O telejornal  SPTV 2ª Edição desta 2a. feira (29/04/2024), transmitido pela Rede Globo de Televisão, veiculou matéria dos jornalistas Philipe Guedes e Abrahão de Oliveira, sobre a publicação da Portaria da Secretaria Municipal de SaúdeSMS Nº 225 de 17 de abril de 2024, que suspende a fiscalização das Unidades de Saúde da cidade (UBS, UPAs e Hospitais Municipais) e reduz metas de qualidade que as Organizações de Saúde – responsáveis pela administração destes equipamentos – são obrigadas a cumprir em contrato.

As Organizações de Saúde controlam mais da metade do orçamento da saúde da cidade de São Paulo.  A matéria chama a atenção para o fato da portaria ter sido publicada no meio de uma epidemia de dengue que atinge os 96 bairros da cidade de São Paulo.

A portaria – assinada pelo secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco –  diz em seu texto que a suspensão da fiscalização deve durar 180 dias – com efeito retroativo (janeiro a junho de 2024).

O repórter Philipe Guedes tentou  ouvir o secretário, que negou entrevista à emissora. Em seu lugar, Marcelo Takano – coordenador do programa Avança Saúde, que negou o teor da portaria no melhor estilo “não é bem assim”.

Avança Saúde e a Zona Norte

Lembramos que o programa do qual Takano é coordenador é aquele lançado em agosto de 2019 na gestão Bruno Covas e que previa investimentos de US$ 200 milhões ou R$ 1.024.000.000,00  –  no câmbio desta 2a. feira  (29/04/2024) a R$ 5,12–  na reestruturação e qualificação das redes assistenciais de saúde do município.

Destes US$ 200 milhões,  a metade seria obtidas com o financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e o restante como contrapartida da Prefeitura com recursos do tesouro municipal.

Parte deste dinheiro seria usado na reforma e ampliação do Pronto Socorro de Santana e na reforma do Pronto Socorro Municipal Vila Maria Baixa — conhecido como Cometinha e, de acordo com o contrato com o BID – a verba seria liberada conforme a Prefeitura fosse cumprindo metas e prazos. 

Um montante deste, sem fiscalização?

Datafolha e o Ministério Público

A denúncia do telejornal foi ao ar, no mesmo dia em que a Prefeitura divulgava a notícia onde afirma que  a “População elege serviço público de saúde da capital o ‘Melhor de São Paulo’ pelo 4º ano seguido…  Pesquisa do Datafolha aponta que SUS da cidade, que tem R$ 22 bilhões de verba da Prefeitura, é mencionado por 13% dos entrevistados”.

Também nesta 2a. feira, o mandatária da cidade de São Paulo, culpou o Governo Federal pela “epidemia de dengue na cidade de São Paulo” , afirmando em entrevistas  que o “Ministério da Saúde não enviou vacinas e veneno para o combate da epidemia“.

A reportagem ouviu ainda o promotor de saúde, Arthur Pinto Filho – do Ministério Público do Estado de São Paulo, que diz estranhar a portaria – já que o dinheiro que as Organizações de Saúde recebem é público e ainda, a portaria ter caráter retroativo.