acessibilidade
por Beto Freire (*) — Artigo n. 09 – < Cidadania >
Quem depende de uma cadeira de rodas ou bengala para locomoção, sabe exatamente o quanto nossa cidade é inóspita para a mobilidade reduzida. A falta de sensibilidade e empatia quando o tema acessibilidade é cultural, esse comportamento em boa parte é resultado da falta de discussão ampla sobre a acessibilidade.
Em nossas vilas e bairros, essa dificuldade de translado é mais evidente, a cada dez moradores ao menos três são idosos, nem sempre são dependentes de cadeira de rodas ou bengala. Mas circular no “campo minado” de nossas ruas e calçamentos faz com que levem muitos tombos.
Essas quedas para idosos infelizmente são fatais em boa parcela desses acidentes. É muito comum bater a cabeça e evoluir para óbito, outra enfermidade grave com quedas é a fratura do fêmur, que entre as complicações de cirurgia e tratamento leva nossos idosos.
Quem é cadeirante ou tem um familiar nessa condição, sente muita dificuldade de fazer pequenos deslocamentos. A simples tarefa de ir na padaria comprar o pãozinho é um desafio imenso, muitas calçadas não tem medida mínina de largura para o cadeirante passar em segurança. Outras tantas tem medida suficiente, mas tem diversos degraus, elevações ou até mesmo buracos, entre outros obstáculos.
Assim as pessoas com mobilidade reduzida, tem como única opção o meio da rua literalmente, uma vez que as laterais são espaço de estacionamento de 9 em cada dez vias de trânsito.
E quando por milagre, o cadeirante encontra uma calçada com medida adequada e sem degraus para trafegar, ele geralmente encontra uma elevação ou escada no estabelecimento comercial, a simples atitude de entrar no comércio é praticamente proibida…
Existe solução ? Sim!
A primeira é colocar o assunto em pauta, a luz do conhecimento de nossos vizinhos e amigos, e com um pouquinho de boa vontade, podemos exigir do poder público incentivo para construção de rampas e eliminação de degraus, pequenas mudanças que trazem um resultado enorme, inclusive de postura coletiva.
Prefeitura de São Paulo do Governo paulista podem dar incentivo fiscal de Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Circulação e Serviços (ICMS) para os comerciantes que colocarem rampas fixas ou móveis na entrada dos estabelecimentos.
Com incentivo também poderíamos fazer reformas em calçadas, deixando planas, e livres para que tenhamos mais qualidade no deslocamento de idosos, crianças e cadeirantes. A população quando é informada corretamente e instigada a ajudar majoritariamente costuma responder muito bem, com incentivos a chance de sucesso torna-se alcançável.
Já as Vilas Maria/Guilherme/Medeiros, que tem uma grande parte de seus habitantes classificados na melhor idade +60, essas políticas públicas trazem impacto positivo e resultados dignos de aplausos. Mas, infelizmente, ainda não aconteceram em nossa região. Por aqui muita tinta, pirotecnia e promessas de melhorias que de fato nunca foram efetivadas.
A nós contribuintes e seres humanos, cabe mais empatia com idosos ou cadeirantes, também é nossa responsabilidade exigir melhorias constantemente para pessoas com mobilidade reduzida ou limitações físicas, essas pessoas não querem caridade, apenas respeito com suas restrições corpórea.
(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, é torcedor apaixonado pela Portuguesa de Desportos. Ele é um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte.Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção, já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).
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