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No “Teatro do Incêndio”, o lado que mostra a peça “Águas Queimam na Encruzilhada”

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Tempo de Leitura: 4 minutos

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  •  No Teatro do Incêndio já foram encenados 18 espetáculos
  •  Com espetáculo de agora, um grupo de 16 atores e quase 30 pessoas na produção
  • Criou o projeto Sol.te atende crianças e adolescentes carentes por meio de acolhimento e cursos de artes e teatro.

Com as boas cantinas italianas e bares de multi estilos da Bela Vista, vale muito um deslocamento até o Bixiga. Por outro lado, há o lado cultural com bons espetáculos apresentados na região, onde surge “Águas Queimam na Encruzilhada”, inspirado na vida cotidiana do bairro. Junto, o complemento com a nova estética do Teatro do Incêndio

O enredo traz histórias de vidas entrelaçadas por um bairro que se despedaça e resiste ao tempo, preservando sua paixão por uma escola de samba. A Cia. Teatro do Incêndio (*) estreia o espetáculo no dia 30 de julho (sábado, às 19h). O texto é inédito de Marcelo Marcus Fonseca, também diretor da montagem.

Sob o olhar delirante e atento de Seu Luiz (Gabriela Morato), uma catadora de lixo, e a presença amistosa de Wanderley (Marcelo Marcus Fonseca), um compositor da velha guarda do samba, alcoólatra, as dores e pequenas alegrias de moradoras e moradores de um bairro são apresentadas em um desfile de sonhos e perdas.

A peça é uma ode à vida, tendo como pano de fundo uma escola de samba que é o ponto de convergência das personagens que trabalham de forma invisível para o carnaval. “Esta criação do Teatro do Incêndio é um desafio de linguagem que busca, entre a dramaturgia realista e o surrealismo, um mergulho no lugar mais fundo do cotidiano, traduzindo ’vidas simples’’ como poesias inconscientes”, revela o diretor.

Ao todo, 10 personagens têm suas trajetórias contadas em uma espécie de novela dostoievskiana, em dois atos de movimentos distintos: o interior de suas casas e a rua/quadra da escola.

As histórias de todos

As histórias se cruzam no cotidiano, entre elas: a cartomante enfrenta a doença do filho recém-nascido; um jovem poeta do sul do país transita pelos bares sem perspectivas; desempregados, o casal Zé e Nina carregam suas dores; a manicure esconde um grave problema de saúde e mantém-se presente na vida da comunidade; uma ex-passista vive as consequências do trauma que a afastou da escola de samba.

“O discurso de Águas Queimam na Encruzilhadaé a vida diária. Não há espaço para palavras de ordem. Aqui as opiniões do autor e as denúncias foram eliminadas, cedendo lugar ao enfrentamento das dificuldades por quem está nesse lugar, sem olhar de piedade, indignação ou protesto, mas visando a grandeza do viver”, afirma o diretor e dramaturgo.

Segundo o diretor do espetáculo, o espaço foi reorganizado pela perspectiva da linguagem que estão reconstruindo. “Agora o teatro é vazado, de ponta a ponta, para acolher o desenho da palavra, a cadência das vozes e da escola que pulsa nas personagens”. Ele explica que Águas Queimam na Encruzilhada é uma reconquista da palavra simples, seca, cotidiana, com o peso que ela pode ter. “Não é preciso um grande vocabulário para ter uma profundidade de alma”, finaliza Marcelo Marcus Fonseca.


(*) Teatro do Incêndio: Não, não o teatro não pegou fogo! Nascido com o nome de Teatro aos Tragos, passou a se chamar Cia. Teatro do Incêndio em 2000, quando era encenada a peça “Betariz Cenci”, de Antonin Artaud, dramaturgo francês ligado ao surrealismo, que transformou os rumos da companhia. Teatro do Incêndio é o nome de uma trilogia que Roger Vitrac lançou quando trabalhava ao lado de Artrud em seu teatro, o Teatro de Alfred Jarry. “Esse nome também tem o significado do queimar interno, do se auto consumir em nosso trabalho”, declara Marcelo Marcus Fonseca.


Ficha técnica 
  • Texto e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca.
  • Elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Camila Rios, Francisco Silva, Almir Rosa, Marcelo Marcus Fonseca, André Souza, Cintia Chen, Yago Medeiros, Laura Nobrega, Jhenifer Delphino, Amanda Marcondes, Isabela Heloisa, Moiisés e Valcrez Siqueira.
  • Direção de produção: Gabriela Morato. Direção musical e trilha original: Renato Pereira. Música ao vivo: Renato Pereira, Renato Silvestre, Jason Ricardo, Yago Medeiros e Rafael Mariposa. Músicas: “Minha Tese”, “Deus É Maior” e “Pra Quem Viu Subir Poeira” (Marcelo M. Fonseca e Paulinho Pontes); “Zé da Nina” e “A Máscara da Escola” (Marcelo M. Fonseca). Orientação musical – bateria de escola de samba: Alysson Bruno. Orientação de movimento:Vera Passos. Orientação vocal:Edi Montecchi. Iluminação: Rodrigo Alves “Salsicha”. Assistência de iluminação e operação de luz: Valcrez Siqueira. Figurinos: Gabriela Morato. Espaço cênico e cenografia: Gabriela Morato e Isabela Heloisa. Adereços: André Souza, Rafael Mariposa e Gabriela Morato. Confecção de figurinos, adereços e cenografia: Cia. Teatro do Incêndio. Fotos/divulgação: Arô Ribeiro e Alécio Cezar (externas). Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Design gráfico: Gus Oliveira. Idealização e produção: Cia. Teatro do Incêndio. Realização: Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei de Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo – 36ª edição.

Serviço
  • Espetáculo: Águas Queimam na Encruzilhada
  • Gênero: Drama.
  • Local: Teatro do Incêndio
  • Endereço: Rua 13 de Maio, 48 – Bela Vista
  • Estacionamento conveniado: 15,00 – Rua Treze de Maio, 47.
  • Capacidade: 90 lugares
  • Duração: 180 min (2 atos c/ intervalo)
  • Estreia: 30 de julho de 2022 – sábado, às 19h
  • Temporada: sábado, domingo e segunda, às 19h – Até 26/09/22
  • Classificação: 14 anos.
  • Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
  • Ingresso grátis: Moradores da Bela Vista com comprovante de residência
  • Ingressos/Sympla: clique aqui

<<Com apoio de informações/fonte: Verbena Assessoria de Imprensa/Eliane Verbena>>

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