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Greve de ônibus mostra o caos na cidade e a falta de planejamento de emergência

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da Redação DiárioZonaNorte

A assembleia dos motoristas ligados ao Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo-Sindimotoristas, que decidiu pela greve, aconteceu no final da tarde desta 2a.feira (13/06/2022). A promessa de paralisação está vindo já há dias. E a greve ficou acertada a partir da Zero Hora (meia noite) da 3a.feira (14/06/2022). Mesmo com greves anteriores e situações parecidas, parece que a Prefeitura de São Paulo junto com os seus órgãos SP Trans, SP Urbanuss, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e até a Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) não aprenderam as lições e não fizeram as lições de casa.

As 24 empresas de ônibus que operam na cidade sabiam dos acontecimentos que levariam à greve, com o final na reunião mantida no Tribunal Regional do Trabalho-TRT. Havia tempo para acertos e não paralisação das linhas de ônibus. Mais de 1,5 milhão de pessoas foram atingidas pela greve, que indiretamente ocasionou prejuízos no comércio e nos serviços da cidade.

Em Santana, foi notado logo pela manhã que das 20 linhas da região, somente cinco estavam circulando, com intervalos maiores do que o normal. As estações do metrô ficaram lotadas e a Linha 1-Azul teve pequeno problema com menor velocidade.  E os pontos de ônibus e terminais com pessoas desorientadas e pouco movimento. O reflexo atingiu toda a cidade.

Apesar da Prefeitura de São Paulo ter cancelado o Rodízio de Veículos e também o uso aberto a utilização das faixas de ônibus, durante todo o dia, houve muitos congestionamentos pela vias da cidade. Ao mesmo tempo, o governo municipal pediu a antecipação da reunião no TRT  marcada para amanhã  (4ª feira) para ser realizada nesta 3ª feira (14/06). E, caso aconteça,  a cidade poderá voltar à normalidade.

Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o Sindimotoristas não cumpriu a determinação judicial, após reunião no TRT. Segundo o acerto, o Sindimotoristas concordou em colocar em funcionamento de 80% da frota no horário de pico (manhã e tarde) e 60% fora destes períodos. Com o não cumprimento do pedido, o Sindicato dos motoristas pode pagar uma multa diária de R$50 mil .

Com isto, foi verificado que das 24 empresas, 13 delas estavam paradas (no esquema estrutural, nos terminais) e 11 estavam em funcionamento (no esquema local, bairro até o terminal). Nas garagens, os pátios lotados com os ônibus parados e nos terminais com muitas linhas inoperantes.

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O que diz o Sindimotoristas

O Sindimotoristas divulgou oficialmente o texto abaixo, com o título “Greve evidencia a importância dos condutores em São Paulo”:

Reivindicando melhores salários e direitos, os trabalhadores do transporte rodoviário urbano de São Paulo resolveram cruzar os braços em protesto à intransigência do setor patronal e do Poder Público. Sem avanços na Campanha Salarial, a paralisação da categoria tem causado sérios transtornos no trânsito paulistano, evidenciando a importância dos profissionais para o funcionamento da maior cidade da América Latina.

Com data-base em 1º de maio, as tratativas de negociação da Campanha Salarial iniciaram em meados de março. “Estamos há meses buscando o diálogo, apresentando as reivindicações da categoria e tentando de todas as formas convencer os patrões a oferecerem um reajuste equivalente ao índice da inflação e eles foram irredutíveis. Depois de muita luta, propuseram o reajuste apenas a partir de outubro, o que não é aceitável. A categoria também reivindica pelo fim da hora de almoço não remunerada, o pagamento de 100% das horas extras e PLR.”, afirmou o presidente em exercício do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz (Sorriso).

Visando causar menos prejuízos à população e respeitando as medidas da liminar expedida pelo TRT (Tribunal Regional de Trabalho), a paralisação não foi total, ainda há veículos circulando pela cidade, principalmente os que integram o sistema complementar – os quais fazem itinerários nas adjacências dos terminais e linhas de trem, por exemplo.

“Nessa paralisação, estamos evidenciando a importância dos motoristas, cobradores e profissionais do setor de manutenção para o funcionamento da maior cidade da América Latina. Os patrões precisam reconhecer a essencialidade da categoria para o dia a dia de São Paulo”, afirmou Sorriso.

O julgamento do dissídio da greve pelo TRT ficou agendado para acontecer amanhã, dia 15, às 15h. Até o presente momento, oficialmente, não houve nenhuma manifestação do setor patronal. A greve seguirá até o julgamento. << Com apoio de informações/fonte: Assessoria de Imprensa do Sindimotoristas/texto: Fabiano Polayna >> 


O Sindimotoristas divulgou NOTA OFICIAL às 14hs15 de 3a.feifra (14/06/2022):

“Em resposta à nota publicada pela Prefeitura de São Paulo, a qual afirma que a greve dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de São Paulo está desrespeitando a liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Sindmotoristas afirma que tal informação não procede com a verdade.

Embora a liminar tenha determinado a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, até o presente momento, o setor patronal – representado pelo SPURBANUSS e SPTRANS – não apresentou nenhum plano de operação dos veículos.

O planejamento logístico e estratégico da circulação dos ônibus é de responsabilidade exclusiva das empresas e da Secretaria de Transporte e não do sindicato. Diante da omissão das empresas, a adesão da greve foi tomada espontaneamente pelos trabalhadores. É importante destacar que ainda há veículos da frota como os pertencentes ao sistema complementar, operando pela cidade e atendendo a população.

A greve tem mostrado a importância da categoria para o funcionamento da maior cidade do país. Os trabalhadores em transportes esperam que as empresas e o Poder Público reconheçam sua essencialidade e atendam às reivindicações pleiteadas na Campanha Salarial”.


<< Com atualização no final – 14h15 de 3a.feira – 14/06/2022 e 16hs45>

FIM DA GREVE –  O Sindimotoristas confirma que após 15 horas de paralisação, motoristas, cobradores e profissionais da manutenção terão o reajuste salarial retroativo à 1º de maio. A greve foi suspensa, outras reivindicações seguirão em negociação.

Antes mesmo do julgamento do dissídio pelo TRT, agendado para acontecer amanhã, dia 15, o setor patronal convocou o sindicato para uma reunião, concordando com a principal reivindicação da categoria no que tange o reajuste salarial de 12,47%, retroativo a 1º de maio, que também deverá ser aplicado no ticket-refeição.

A Prefeitura de São Paulo  e  SP Trans confirmou o acordo e o fim da greve.

 

 

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