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Violência nas escolas tem remédio: mais atenção e acompanhamento psicológico

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Nota da Redação:  Por questões pessoais e profissionais, o articulista abaixo passa a colaborar quinzenalmente com o DiárioZonaNorte. O próximo artigo está programado para 18/04/2023.


 

por Beto Freire (*) — Artigo n. 21 – < Cidadania >

O episódio com um garoto de 13 anos que ocorreu recentemente na Vila Sonia, na Zona Sul da cidade, fez despertar de novo o assunto de como “combater” a violência dentro de instituições de ensino em nosso país. Poucos realmente levando em consideração que essa violência em patamares menores é corriqueira para professores e alunos, e isso não é novidade ou fruto dos tempos modernos.

Ficou mais evidente com a facilidade a informação que a internet propiciou, hoje dificilmente alguém consegue esconder dos smartphones e redes sociais ataques a integridade física ou psicológica dentro ou fora das escolas.

Há pouco na região das Vilas da Zona Norte teve um episódio bastante preocupante na instituição Uninove de Vila Maria, um garoto ameaçou os colegas, nada além de uma revolta momentânea, a situação chegou às mídias sociais e gerou pânico nos alunos e principalmente nos pais das crianças.

Em ambos os casos, não existia acompanhamento psicológico nas instituições de ensino, crianças e adolescentes com distúrbios e sofrendo em silêncio. A falta de profissionais da área mental em escolas é fruto do descaso político em nosso país, os legisladores municipais, estaduais e federais põem obras como prioridade de seus respectivos mandatos.

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Dinheiro não falta

Em nosso município a Educação tem uma parcela enorme do orçamento, são quase 20 bilhões apenas em 2023, apenas para comparação é 3 bilhões a mais que o orçamento da saúde.

Fica evidente que não é falta de recursos, dinheiro oriundo dos impostos arrecadados temos sobrando, falta gerenciamento e cuidado com os suados bilhões advindo do trabalho dos contribuintes.

A melhor maneira de prevenção contra a violência infantil é o acompanhamento periódico  de profissionais de saúde nas escolas, fazendo a escolta das crianças com bastante carinho e comprometimento. Decifrando os meandros psicológicos que afetam a garotada e consequentemente podem desencadear um episódio grave de violência.

Esse acompanhamento psicológico também é capaz de desvendar e talvez evitar violência sexual, algo infelizmente muito presente no ambiente familiar de crianças e adolescentes. A violência física e psicológica dentro de casa, é outro fator que costuma desencadear processos violentos em crianças, adolescentes e posteriormente em adultos.

Na esmagadora maioria dos casos, o sofrimento silencioso e cruel, faz com que as vítimas desenvolvam patologias que levaram para o restante da vida.

Antes de sugerirmos pessoas armadas dentro de instituições de ensino, ou a criação de um estado policialesco no ambiente escolar, é impreterível exigirmos de nossos vereadores, deputados e senadores a criação e efetivação de leis para proteção de alunos, profissionais da área da educação e seus respectivos familiares.

A facilidade em encontrar conteúdos violentos em jogos e vídeos na internet é talvez o ponto mais delicado para equacionar, na atualidade formas de bullying com uma receita maligna de cólera, coloca ideias com um contexto desvirtuado em crianças ainda em formação psicológica.

Outra questão que não podemos esquecer, são os cuidados com o ambiente escolar desde a conservação dos prédios até a qualidade do ensino oferecido pelos profissionais da educação.

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Uma luz no final do túnel

O bom de toda essa história triste, é que luz no final do túnel com soluções viáveis. Como a criação do acompanhamento psicológico nas instituições de ensino fundamental e médio, seja em escolas públicas ou particulares.

Esse psicólogo escolar é o responsável por avaliar e tratar problemas emocionais, comportamentais e de aprendizagem dos alunos, além de fornecer orientação aos pais e professores. E também a valorização do assistente social escolar, responsável por ajudar alunos e famílias a lidar com problemas sociais, econômicos e emocionais, além de encaminhá-los a serviços de assistência social e saúde.

A criação de espaços acolhedores para os professores e principalmente para os alunos, torna o lugar uma fortaleza psicológica para as crianças que estejam passando momentos de dificuldade familiar.

Apenas lembrando que é possível denunciar de maneira totalmente anônima a violência contra crianças e adolescentes através do telefone 181.


(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


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Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.

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