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Prefeitura desmente novo equipamento CAPS-III em prédio na região do Imirim

Tempo de Leitura: 4 minutos

CAPS

da Redação DiárioZonaNorte

<< EM PRIMEIRA MÃO >> == Havia uma mistura de muita apreensão e preocupação pelos moradores do bairro do Imirim, na Zona Norte (*), para implantação de novo equipamento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-III) para tratamento de indivíduos deslocados da região da Cracolândia, no centro da cidade (*).

“É boato! Não!, não há nenhum equipamento sendo alugado naquela região”, declarou enfaticamente o Secretário Municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, que foi ouvido pelo DiárioZonaNorte, nesta 4ª feira (08/11/2023). Ele estranhou o motivo da preocupação dos moradores, “qualquer fechamento de contrato tem que passar por mim, não tem nada!”.

Durante o transcorrer da entrevista, Zamarco ainda consultou, por telefone, a responsável por todos equipamentos da SMS na Zona Norte, Ana Cristina Kantzos, titular da Coordenadoria Regional da Saúde  (CRS-Norte), que também demostrou total desconhecimento.

Já anteriormente, a Assessoria de Imprensa da SMS já havia respondido por e-mail ao DiárioZonaNorte: “não há equipamento de saúde previsto para ser implantado no local”.  << Nota da Redação – Inclusive, por segurança, o jornal consultou até a Secretaria Municipal de Administração e Assistência Social – SMADS, que também desconheceu o assunto>>

Uma ansiedade à prova

Os moradores iam dormir e acordavam no dia seguinte, há mais de duas semanas, com essa preocupação e o que poderia acontecer em uma região residencial, com muitos jovens e idosos, tendo edifícios e comércio variado, e ao redor de oito estabelecimentos de ensino.

Um prédio de três andares na Rua Ana Ribeiro, 467,  próxima da Avenida Imirim — que era disputado com placas por três imobiliárias com locação a R$25 mil/mês ou venda a R$5 milhões -,  foi o alvo dos moradores, que apostavam na implantação do equipamento. Insistiam que a Prefeitura de São Paulo teria sido escolhido o local, sem alarde.  E os vizinhos começaram a vigiar o movimento no prédio.

Distância do Hospital São José/colégio Consolata

Como já houve a intenção de transformar o Hospital São José, encostado por um muro no Colégio Consolata (mais de 750 alunos), no mesmo tipo de equipamento CAPS-III (ver abaixo os links das matérias), e que fica a 300 metros, os moradores alimentaram ainda mais os motivos da ansiedade adicionando o aumento de insegurança no local.

Os moradorers lembraram da Lei Municipal n. 14492/07, de 31 de julho de 2007 , que “estabelece área escolar de segurança como espaço de prioridade especial do Poder Público Municipal”, ou seja, dá proteção total às escolas e seus entornos, com uma série de detalhes, até 300 metros.

Chegaram a criar um grupo no WhatsApp com 930 membros, abaixo-assinado e há mais de uma semana é o ponto prioritário nas conversas desde a padaria do bairro chegando a vizinhos, parentes e até na missa dominical.

Passou a ser o assunto primordial  no dia a dia de todos e até afixaram várias faixas em frente às residências manifestando o descontentamento ao equipamento de saúde: “Temos valores cristãos, mas queremos segurança para a comunidade. Não venha com cracolândia maquiada” e “CAPS não!.  Queremos um serviço que seja capaz em atender o público em geral”, entre outras.

Uma das faixas colocaar por morador

Segundo os mesmos moradores, não há nada contra as pessoas em situação de rua, sendo que grupos da região atuam como voluntários em ações de solidariedade no fornecimento de refeições e vestuário direcionado a pessoas que vivem em outras regiões, como nas redondezas do metrô de Santana.

Movimentação suspeita

Vizinhos do prédio da Rua Ana Ribeiro relataram que na 3a.feira (07/11/2023), por volta das 09h30, um carro adesivado com os logotipos da Prefeitura de São Paulo  e da Secretaria Municipal da Saúde, esteve no local.

A CRN-Norte afirmou desconhecer o assunto, mas acredita que pode ser de outro departamento em busca para estudos e levantamento de imóvel para Unidade Básica de Saúde (UBS), ou o Ambulatório Médico de Especialidades – AME para a comunidade.

Na conversa de dois moradores, à porta de um prédio, ouvia-se o comentário, no fim de semana: “As secretarias da Prefeitura precisam  jogar limpo com mais transparência e ouvir os moradores antes de impor qualquer mudança, convocando reuniões e as entidades´. E com isto não ficar essas preocupações”.


(*) CAPS III: atende pessoas maiores de 18 anos que apresentam sofrimento mental grave e persistente. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, e acolhimento noturno.


Leia as reportagens sobre o Hospital São José do Imirim:

  • Hospital São José, no Imirim, é descartado para uso de dependentes químicos – (07/07/2023) –  clique aqui
  • Hospital São José do Imirim: nada descartado, mas tudo volta ao começo – (28/07/2023) – clique aqui
  • Hospital São José do Imirim leva moradores em reação com faixas e protesto nas ruas – (20/08/2023) – clique aqui

(*) Nota da Redação-Esclarecimento: Contrariamente ao uso equivocado da Prefeitura da Cidade de São Paulo – que acaba influenciando as emissoras de rádio e tv, mais as outras mídias —  classificando os distritos e as subprefeituras da Freguesia do Ó / Brasilândia, Pirituba / Jaraguá  / São Domingos e Perus  / Anhanguera  como sendo ZONA NORTE. O certo é ZONA NOROESTE, pois estão mais entre  a Zona Norte e  a Zona Oeste — puxando pelo ponto colateral. A verdadeira ZONA NORTE tem como distritos e subprefeituras: Casa Verde / Cachoeirinha / Limão, Santana / Tucuruvi / Mandaqui, Jaçanã / Tremembé e Vila Maria / Vila Guilherme / Vila Medeiros.