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Políticas vazias e omissão do poder público semeam mais violência na Zona Norte

Barraco incendiado sem afetar o morador, na parede da fábrica São Roberto.
Tempo de Leitura: 4 minutos

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por Beto Freire (*) – Artigo n.33 – <Cidadania>

Era questão de tempo… em poucos dias, ao menos dois moradores de rua foram mortos e outros dois ficaram feridos em ataques noturnos na  região  da Vila Maria / Vila Guilherme.

Pertinho do Ambulatório Médico de Especialidades (AME)  Maria Zélia ( R. Jequitinhonha, 368 ) um morador de rua foi carbonizado. Depois deste fato,  houve uma tentativa de incêndio em outro barraco  (foto de capa), sem ter afetado o morador, junto à parede da antiga fábrica de papelão São Roberto, na Rua Guaranésia.

Em outro caso de violência, na via lateral da Rodovia Dutra, no sentido Rio de Janeiro, três moradores de rua levaram tiros, um morreu imediatamente e outros dois estão internados no Hospital Vermelhinho.

Outros casos de fogo em barracas e pessoas tocadas no “cacete” durante a madrugada, alguns moradores mais exaltados têm feito sua “justiça”, enquanto o poder público insiste na omissão e em politicas rasas com toques pirotécnicos de marketing eleitoral.

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No entorno do CTA-14 na Av. Ten.Felicissimo – o primeiro do Pq.N.Mundo
Foi dado o alerta

Quando a transferência de moradores de rua e dependentes químicos foi anunciada em 2022,  em vésperas de eleições, tanto o DiárioZonaNorte, quanto lideranças, intelectuais e vizinhança avisaram que o impacto negativo na segurança pública da região era tão certo quanto andar para frente…

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social (SMADS),  na pessoa do pastor e vereador licenciado, que é o seu secretário, insistiram em discursos teocráticos misturados com assistencialismo para implantação de albergues com nomes bonitinhos, espalhados entre o Pari, Belém, Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros.

Neste caso, sem sequer discutir com a população e/ou apresentar projetos concretos para amenizar os impactos na segurança pública de nossos bairros e vilas. Politicas sociais em conjunto com maior oferta na saúde e equipamentos para tratamento psicológico, psiquiátrico e dependência química também foram retumbantemente ignorados pela Prefeitura.

A verdade é que a transferência forçada de moradores de rua para nossa região, aconteceu sem nenhuma contrapartida em investimentos públicos ou isenção de impostos.

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Menos serviços e mais violência

Sequer os serviços de Cata-Bagulho e coleta de lixo tiveram aprimoramentos, o resultado é o aumento da sensação de insegurança, crescimento nos furtos e roubos, e bairros e vilas com aspecto de Cracolândias.

A violência e a suposta justiça com as próprias mãos, histórica  e matematicamente traz mais vítimas inocentes e barbáries que a ineficiência do Estado, mas é difícil a conscientização de quem assiste todos os dias e virou refém da insegurança causada pela omissão do poder público.

As consequências são trágicas para todos quando falta organização e atitudes coerentes, rápidas e eficazes das autoridades competentes. Inclusive dos detentores de poder constituídos com voto popular a cada quatro anos.

Infelizmente temos uma parte da vizinhança ainda arraigada na cultura dos “Super-heróis Políticos”, outra parte aguardando pacientemente no sofá ou praguejando na mesa de botequim a inércia coletiva, e apenas uma pequena parte engajada em soluções praticas e distantes de picadeiros e circo eleitoral.

Essa pequena fração da vizinhança, muitas vezes é logo desmotivada pelos lacradores de internet e seus parrudos discursos que fazem mistura do Cristianismo e Karl Marx para silenciar e não prejudicar suas ideologias e políticos de estimação.

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Tudo como d´antes

Enquanto o espetáculo macabro segue seu cortejo, o comércio regional vai perdendo clientes, as residências horizontais desvalorizando, e diversos antigos moradores mudando para os cubículos verticais nos prédios, a preço de ouro, ou simplesmente vão trocando de bairro, às vezes de cidade.

Outro ponto para ficar registrado é a falta de apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que tem um efetivo em Maria/Guilherme/Medeiros de 86 homens e mulheres, que deveriam fazer o patrulhamento ostensivo e preventivo da região.

Mas… todos os dias esse efetivo é conduzido para o centro da cidade, com objetivo de fazer a segurança dos transeuntes e da Câmara Municipal, seus vereadores e secretarias, além do entorno da Cracolândia, que a cada dia vai rumando para nossos bairros e vilas. A base de conta gotas, em movimento continuo, com direito a discursos vazios e marketing digital transbordando!


Beto Freire

(*) Beto Freire — Antônio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


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Nota da Redação == (*)  O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor e colaborador, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.

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