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Quadro de Pedro Américo, mais famoso da Independência, não retratou a realidade

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Américo

  • Artista plástico Pedro Américo buscou tornar a cena mais “inspiradora”
  • Da tela para o imaginário popular, O artista eternizou o que teria sido o marco do fim da colonização portuguesa no Brasil.

Ao lado de muitos apoiadores e acompanhado da guarda imperial, Dom Pedro I, montando um belo cavalo, ergue a espada e declara a independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Mas, de acordo com historiadores, não foi bem assim que tudo aconteceu.

Primeiro, é preciso dizer que o pintor Pedro Américo não era nem nascido naquele momento histórico. A obra foi feita sob encomenda mais de sessenta anos depois do episódio, em 1888, para o Museu do Ipiranga, em São Paulo.

O artista, que vivia em Florença, na Itália, fez uma pesquisa para resgatar informações da época. O estudo deu origem a um quadro menor que está exposto no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O quadro final mede cerca de quatro metros de altura por sete de largura e virou uma referência visual do rompimento entre Brasil e Portugal.

Fora da tela, a cena seria mais ou menos assim: o príncipe regente abatido em cima de uma mula, vestindo roupas simples, acompanhado de poucas pessoas. Relatos de testemunhas descrevem que Dom Pedro I, naquela tarde de 7 setembro, estaria com problemas gastrointestinais, sofrendo com disenteria.

Não havia cavalos de raça porque a região exigia a força de animais mais fortes. A comitiva geralmente tinha catorze pessoas. Os guardas não estariam usando uma farda tão pomposa. Os Dragões da Independência só adotaram o uniforme representado na pintura mais de cem anos depois, em 1926.

O próprio pintor deixou um texto explicativo sobre a produção em que revela a intenção de mostrar a independência como algo esplêndido e heroico, deixando de lado o que não seria tão bonito de se ver.

Nas palavras de Pedro Américo: “A realidade inspira, e não escraviza o pintor.” O artista destaca que se esforçou para ser sincero na reprodução do fato sem esquecer as beleza da arte. << Com apoio de informações/fonte: Empresa Brasil de Comunicação-EBC – por Beatriz Evaristo – Repórter da Rádio Nacional – Brasília >>


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