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No caminho do preconceito, pouca zeladoria na ausência de políticas públicas de valor

Praça Angelo Conti - Vila Sabrina, ao lado do "polo comercial"
Tempo de Leitura: 6 minutos

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<< Artigo / Cidadania >> == por José Ramos de Carvalho (*)

No mês de meio ambiente já apresentamos o Vale do Rio Cabuçu e suas variáveis de impactos socioambientais diversos. Com os focos misturados com zeladoria, subprefeitura e política pública de qualidade, quais são as obrigações do setor público em seus diversos níveis, incluindo um olhar de “preconceito”?

Na semana passada um “desagravo” esquentou a Zona Norte nas mídias sociais e numa emissora de tv aberta, com criticas ao renomado “chef de cozinha” Rodrigo Oliveira, e sua cliente do “turismo gastronômico”, que fez comentários preconceituosos por causa da localização do Restaurante Mocotó, que há quase meio século mistura-se com os quase um século de história de nossa peculiar Vila Medeiros. O Mocotó nasceu na Zona Norte, com muita honra e história!

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Frente do Restauante Mocotó, na Av.N.S.do Loreto

Tudo sob o olhar da padroeira Nossa Senhora do Loreto, na avenida que também leva o seu nome, e que tem sua igreja ao lado do restaurante, que honra o lugar e já  premiado internacionalmente. Um lugar de história do bairro e de sua família, que trouxe o conhecimento para o distrito da Zona Norte. A exposição do diálogo e as referências sobre “preconceito” descrito provocaram junto a comunidade local, manifestações que ecoaram produzindo reflexões e análises.

O ambiente nos distritos é que precisa ser melhorado

Já o meu vizinho me provocou e disse: “Sabia que a turista mora na região do Tatuapé? Por onde ela veio ou é que se contemplou o caminho?” E as dúvidas: “Como? Qual o “diagnóstico” para construir o olhar critico da nossa “turista?”

O que há de ruim no meio do caminho? Foi em um imaginário é que resolvemos explocar para tirar dúvidas. Saindo do Mocotó,  acionamos o GPS em direção a Praça Silvio Romero localizada no centro do Tatuapé, na Zona Leste.

No caminho, a Avenida Gustavo Adolfo em direção a Zona Leste e encontramos a Praça Angelo Conti, com um acervo paisagístico, mas mostrando lixo e um aspecto de notório abandono.  Mas depois da tensa reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente local — o CADES V.Maria/V.Guilherme/V.Medeiros –, no dia 28/06 (2a.feira), realizaram as manutenções no local.

Mesmo assim, é um paisagismo horrível que não participa da boa qualidade e exposição das vitrines de 48 lojas junto a praça que fazem parte do complexo do “Polo Comercial da Vila Sabrina”.

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Av. Prof. Castro Junior no paralelo com a Av. da Conceiçao – trato paisagistico debilitado, e muito lixo ..
Outro caminho da turista

A segunda opção desta nossa turista seria o seu acesso pela Rodovia Fernão Dias, além do Tatuapé, mas com a presença dos visitantes oriundos da Zona Leste e do  Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos/SP.

Neste caso temos: Av. Mal. Argolo Ferrão, Av. Manuel Antonio Gonçalves, Av. João Simão de Castro e Avenida do Poeta na maioria de suas extensões em termos de cenários paisagísticos: desagradáveis, agressivos, abusivos aos olhos dos turistas que vão para o polo comercial e gastronômico.

 A Av. João Simão de Castro, o principal eixo de acesso ao distrito Vila Medeiros, este logradouro tem as responsabilidades de manutenção e conservação da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros e, por causa das torres de alta tensão, com serviços de zeladoria da concessionária de energia elétrica Enel.

Mas vejam: para cuidar dos elementos arbóreos, gramados , descarte irregular de lixo, pouca realização das obrigações publicas e contratuais.  Não observam leis de acesso ou mobilidade dos cadeirantes: crianças e adolescentes, tendo como base do passeio para “cadeira de roda” fragmentos de azulejos como piso de trafego.

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Av. João Simão de Castro – Mato alto, muito lixo dentro da area de paisagismo. apesar das guias pintadas. Muito lixo na parte interna…
Nem Conseg… que nada fez

Acesso precário das crianças conectando a faixa de pedestre  da Escola Profa. Maria Antonieta de Castro. Reparos solicitados em reunião do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG Parque Novo Mundo/Vila Sabrina, em junho de 2021 — há exatamente um ano e nada realizado, até hoje.

Chegamos a Igreja Nossa Senhora de Fátima e das evangélicas que compõem o acervo cultural religioso. Canteiro central com seu paisagismo e acesso totalmente debilitado.

Nestes caminhos passamos pela Praça Santa Luisa de Marilac (Praça do Guançã) com a presença diária de centenas de pessoas para as praticas de exercícios físicos. Mas mesmo com as participações de muitos idosos tornou-se um grande descaso: descarte de resíduos, bancos quebrados, quadras, pista de Skate em péssimo estado de conservação, gramado alto, inclusive o mini palco, e todo o acervo do campo de futebol, sem cuidados.

Na Praça Lupércio Morelatto – local do ponto de ônibus: 171L, 172R, 213E e 351F.  Mas como considerar como praça? Tornou-se um terreno baldio com remanescentes arbóreos!

Praça Luisa Marilac (Pça do Guança) – Pessimas condiçoes de descartes de lixo, e aspectos paisagisticos e de equipamentos danificados…
Todos sofrem com o descaso

E a Praça Lourenço de Bellis não figura ainda como um “terreno baldio” porque conserva a doce razão de “praça” motivada  pela presença dos idosos sentados nos bancos avariados. Mas realizaram as manutenções na mesma reunião do CADES da V.Maria/ V.Guilherme/ V.Medeiros de 29/06/2022 .

Praça João Bosco Penido Burnier continua no sangramento dos incêndios diários da Avenida do Poeta, e que invadem à área do novo “terreno baldio” que se tornou a praça tendo ao lado a Creche Municipal (EMEI), e o conjunto habitacional com milhares de moradores.

Pça Lourenço de Bellis, o mato e o esquecimento…

Observando a nossa rede imaginária,  a solução para ampliar a visita dos turistas aos polos comercial e gastronômico, não precisa ser a “Estrada das Hortências” de Gramado, no Rio Grande do Sul. Não é necessário um embelezamento radical, mas um pouco mais de políticas pública. Um olhar mais efetivo e eficiente à região. O que pedimos é zeladoria do tamanho de nosso distrito da Vila Medeiros, com toda o retorno que já é oferecido em geração de renda, empregos, cultura e economia.

Só assim o preconceito de turistas com os ambientes caminharão para um fim, trocando o mau olhar pelos elogios aos locais onde moramos, trabalhamos e pagamos os impostos.


Leia as criticas anteriores:
  • Meio Ambiente: Trágicos “Moinhos de Ventos” da Bacia do Rio Cabuçu de Cima –  
  • O inverno chegou e preocupa a frágil saúde dos moradores do Vale do Rio Cabuçu – 

Serviço
Associação Paulista dos Gestores Ambientais- APGAM
  • Rua Heitor Iglésias Cambaúva, 38 – Parque Edu Chaves – Zona Norte/São Paulo
  • Telefone: 11.94342.8869
  • E-mail da Agenda 21 do Vale do Rio Cabuçu (Hoje Agenda 2030):                                agenda21 [email protected]
  • Grupo de Whatsapp: 11.96347.4281

(*) José Ramos de Carvalho – acima de qualquer suspeita, um legítimo cidadão nas questões ambientais da Zona Norte. Ativo participante de reuniões dos Conselhos Participativos Municipais, Conselhos Comunitários de Segurança-CONSEGs, Audiências Públicas e outras. É gestor ambiental e vice-presidente da Associação Paulista dos Gestores Ambientais- APGAM, além de conselheiro no Conselho Regional de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz (CADES), no local (Região Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros) e do CADES-Central/Prefeitura de São Paulo.


Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores


Álbum/Portifólio – Mais fotos dos pontos esquecidos na Zona Norte. Clique na imagem para expandí-la:

 

 

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