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Tudo no escuro e somente quatro sentidos nas peças do Teatro Cego. E “de graça”

Tempo de Leitura: 5 minutos

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A chamada para o público é clara: vozes, aromas e sensações táteis junto às tramas de peças teatrais. Os olhos de todos os espectadores ficam completamente no escuro e ficam dentro das cenas. Por isso, o nome já define tudo: Teatro Cego. E a ideia não é de hoje, já acontece há dez anos de sucesso! E São Paulo volta a ter a oportunidade de assistir as quatro peças neste mês, no “Festival 10 Anos de Teatro Cego“.  Agora, gratuitamente.

A ideia e? fazer espeta?culos teatrais completamente no escuro, convidando o pu?blico a abdicar da visa?o e a usar os seus outros quatro sentidos, ale?m da intuic?a?o, para assistir a? pec?a. Para isso, sons, vozes, aromas e sensac?o?es ta?teis sa?o utilizados para colocar o pu?blico dentro da trama.

O formato de apresentac?a?o tambe?m na?o e? o tradicional. A plateia e? distribui?da em cadeiras que intercalam cena?rios e objetos de cena e o pu?blico tem uma proximidade muito grande com os atores, que circulam entre as cadeiras.

Por acontecer completamente no escuro, a pec?a conta com alguns atores com deficie?ncia visual. Pore?m, a ideia e? que nenhum espeta?culo acontec?a somente com esses atores, mas sim, que haja sempre uma integrac?a?o com atores videntes. As montagens tambe?m contam com pessoas com deficie?ncia visual nas suas produc?o?es.

A primeira apresentação

É o Festival 10 Anos de Teatro Cego, que acontece no Teatro Arthur Azevedo, na Mooca, nos quatro finais de semanas  de novembro, com a primeira peça “O Grande Viúvo”, que será apresentado nesta 6a. feira (04/11) e, na sequência, sábado (05/11/2022) duas sessões 18 e 21 horas; e no domingo (06/11/2022), às 19 horas. É só chegar uma hora antes do início da peça para retirada gratuita do ingresso.

A pec?a e? baseada no conto “O Grande Viu?vo”, extrai?do do livro “A Vida como ela e?”, de Nelson Rodrigues e conta a histo?ria de um viu?vo que, apo?s ter perdido sua amada esposa, informa a? fami?lia que tambe?m quer morrer e ser enterrado junto a? falecida. Entretanto, ele so? ira? se juntar a? esposa, apo?s terminar a construc?a?o de um mausole?u, onde o corpo dele e o dela repousara?o lado a lado. Ja? a fami?lia, inconformada com a situac?a?o, tenta convence?-lo a todo custo a na?o cometer o suici?dio, mas tem apenas o tempo da construc?a?o do mausole?u para faze?-lo.

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Sucesso de pu?blico e cri?tica desde sua estreia em 2012, o espeta?culo “Teatro Cego – O Grande Viu?vo” ganhou visibilidade no universo cultural, em várias encenações,  com bilheterias esgotada e repercussa?o positiva nas mi?dias digitais e impressa. De lá para cá, outros tre?s espeta?culos foram montados: ‘Acorda, Amor!’, ‘Clarear’ e ‘Um Outro Olhar’. Por isso, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, esta? realizando o “Festival 10 Anos de Teatro Cego”, apresentando todas as montagens da companhia.

As outras peças

Na sequência do Festival 10 Anos do Teatro Cego, as peças que serão apresentadas:

  • ACORDA, AMOR!
    Dias 11/11 – sexta – 21h, 12/11 – sa?bado – 21h, 13/11 – domingo – 19h

O espeta?culo une a mu?sica de Chico Buarque ao Teatro Cego para mais uma vez inovar como forma de expressa?o teatral. A pec?a tem como trilha sonora, executada ao vivo pela banda Social Samba Fino, uma selec?a?o de mu?sicas deste que e? um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.

As mu?sicas interpretadas durante o espeta?culo va?o costurando a trama que se passa completamente no escuro.  O espeta?culo conta a histo?ria de quatro jovens que lutam contra a ditadura militar nos anos 70. Tre?s rapazes e uma garota envolvidos com a guerrilha, lutam, na verdade, por muito mais que o fim da ditadura.

Enquanto tentam driblar os militares, Paulo, Lucas e Cesar lutam pelo amor de Natasha. O amadurecimento das relac?o?es entre esses quatro jovens ao mesmo tempo em que aprendem a lidar com a situac?a?o do seu pai?s e? o que move toda a trama.

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  • CLAREAR – Somos todos diferentes
    18/11 – 6a. – 21h, 19/11 – sa?bado – 18h e 21h e 20/11 –domingo – 19h

A acessibilidade e? um tema que chegou para ficar. Nunca se falou tanto sobre a inclusa?o de pessoas com deficie?ncia em empresas, escolas e outros setores da sociedade.  Nesta montagem, ale?m das experie?ncias sensoriais, o tema tambe?m e? totalmente voltado para a questa?o da integrac?a?o.

Cinco jovens dividem a mesma repu?blica. Uma deficiente visual, um deficiente auditivo, uma cadeirante, um argentino e uma torcedora fana?tica do Juventus da Moo?ca. Com muito bom humor, a trama mostra a superac?a?o de dificuldades de comunicac?a?o e convive?ncia, atrave?s da sinergia da amizade, em um espeta?culo de 40 minutos que conquista a plateia com um paradoxo entre a complexidade e a simplicidade do tema.

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  • UM OUTRO OLHAR
    25/11 – 6a. – 21h, 26/11 – sa?bado –  18h e 21h e 27/11 – domingo – 19h

É a histo?ria de uma empregada dome?stica e sua patroa que passam, ao mesmo tempo, por um tratamento de ca?ncer. As duas encontram-se em momentos diferentes da doenc?a, com a empregada praticamente curada e a patroa iniciando a quimioterapia.

A relac?a?o dessas duas mulheres mostra as diferentes posturas e dificuldades que pessoas de classes sociais distantes.  Apesar do tema delicado, a trama se desenvolve com muita leveza, bom humor e sensibilidade, levando o espectador a uma reflexa?o que aprofunda a discussa?o sobre aspectos emocionais, sociais e comportamentais da doenc?a.cego

O Teatro Cego e a solidariedade

Ela surgiu no Brasil em 2012. O formato foi originalmente criado em Co?rdoba, na Argentina, em 1992. Em 2010, o ator e diretor Paulo Palado e o produtor Luiz Mel estiveram em Buenos Aires para conhecer o formato e decidiram trazer a ideia para o Brasil

Durante esses dez anos de atividades, a Companhia de Teatro Cego trabalhou em  parceria com diversas instituic?o?es. Entre elas, o BOS – Banco de Olhos de SorocabaSecretaria Estadual de Sau?de de Sa?o PauloLaramara – Associac?a?o Brasileira de Assiste?ncia a? Pessoa com Deficie?ncia Visual,  Fundac?a?o Dorina Nowill para Cegos e a ONG Cabelegria, que arrecada cabelo para confeccionar perucas que sera?o doadas para crianc?as e adultos que estejam passando pro tratamento quimiotera?pico.

Atenção:  –O caminha?o ONG da Cabelegria acompanha a pec?a em todas as apresentac?o?es e, nele, e? possi?vel doar cabelo para confecc?a?o de perucas para mulheres que estejam fazendo tratamento quimiotera?pico. Todo o processo e? gratuito. Ja? foram distribui?das mais de 10 mil perucas para crianc?as e mulheres de todo o Brasil.  Perucas ja? prontas tambe?m podem ser retiradas no mesmo caminha?o. O Caminha?o estara? no teatro nos dias 25/11 – das 20h a?s 21h, 26/22 – das 17 a?s 21 horas e 27/11 – das 18 a?s 19 horasSaiba mais em www.cabelegria.org

Ficha Te?cnica 

Produc?a?o Executiva – Luiz Mel e Lourdes Rocha (C-Tre?s Projetos Culturais) / Direc?a?o – Paulo Palado /Gerente de Produc?a?o – Carlos Righi / Contrarregragem e efeitos – Zan Martins, Rosana Anta?o e Bruno Righi / Sonoplastia – Felipe Herculano / Elenco – Ana Righi, Ana Paula Almeida, Bruno Righi, Edgar Jacqes, Ghell Silva, Giovanna Maira, Leonardo Santiago, Luma Sanches, Manoel Lima, Naiara de Castro, Neli Gamboa e Paulo Palado /Mu?sicos – Luiz Mel, Eric Budney, Abner Phelipe, Anderson Ramos, Rafa Pereira, Paulinho Domingos e Cla?udio Martins ==  Os textos das pec?as ‘O Grande Viu?vo’, ‘Acorda, Amor!’ e ‘Um Outro Olhar’ sa?o de autoria de Paulo Palado. O texto da pec?a ‘Clarear’ e? de autoria de Sara Bentes.

Serviço

Teatro Cego

  • Local: Teatro Arthur Azevedo
  • Endereço: Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, SP
  • Telefone:  (11) 2604-5558
  • Companhia Teatro Cego/C-Três Projetos Culturais: (11) 9-1561-7506
  • E-mail: [email protected]
  • Mais informações:  www.teatrocego.com.br

    << Com apoio de informações/fonte:  Caleidosco?pio Comunicac?a?o & Cultura / Paulo Palado  e Morente Forte Assessoria de Imprensa/Beth Gallo >>

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