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No palco, o ator Nilton Bicudo, no solo ‘O Antipássaro’, enaltece Orides Fontela

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Bicudo

  • Orides Fontela colaborou no Suplemento Literário de O Estado de S.Paulo;
  • Recebeu o Prêmio Jabuti (1983), Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA (1996) e a Categoria Grã-Cruz (2007); e
  • OTeatro Sérgio Cardoso é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, com a gestão da OSC – Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA)

O Teatro Sérgio Cardoso recebe a obra teatral O Antipássaro, que traz à vida as palavras profundas e a existência marcante de Orides Fontela, uma das mais notáveis poetas do Brasil.

O espetáculo fica em cartaz até o dia 03 de março, domingo, 18 horas, o espetáculo promete colocar em destaque não apenas a poesia de Orides, mas também sua visão artística, visando conferir protagonismo ao universo feminino. O espetáculo tem roteiro e direção de Elias Andreato e é interpretado pelo experiente ator Nilton Bicudo.

Bicudo

Orides Fontela, nascida em São João da Boa Vista (SP) em 21 de abril de 1940, enfrentou desafios notáveis como poeta, sendo frequentemente marginalizada no mundo acadêmico masculino. Sua vida foi marcada por períodos de solidão e pobreza, refletidos de maneira filosófica e profunda em sua obra seca e concisa sobre a vida.

A dramatização tem como ponto de partida a vida e obra desta renomada poeta brasileira, cuja importância transcende fronteiras. Antonio Candido e Davi Arigucci Jr. reconheceram desde cedo a radical modernidade e a lucidez cortante de sua linguagem.

Bicudo

Os poemas

Orides deixou um legado consistente, publicando volumes incontornáveis de poemas, como “Transposição” (1969), “Helianto” (1973), “Alba” (1983 – vencedor do Prêmio Jabuti), “Rosácea” (1986) e “Teia” (1996), além de dezenas de poemas inéditos que combinam densidade e clareza, aspereza e beleza.

O evento também lança luz sobre aspectos menos conhecidos da vida de Orides Fontela. Filha de um pai operário e analfabeto, iniciou sua jornada literária aos sete anos.

Estudou filosofia na Universidade de São Paulo – USP, foi professora primária, mas detestava lecionar. Morou no Conjunto Residencial da USP – CRUSP e no Centro Acadêmico XI de Agosto, teve poucos amigos e era conhecida por ser “de difícil convivência”. Suas palavras revelam a dureza de uma vida marcada pela pobreza, como quando morou na Cesário Mota ao lado do Minhocão, tendo a luz cortada várias vezes por falta de pagamento.

O destino
Orides Fontela (24/04/1940 – 02/11/1998 – 58 anos)

O destino trágico da poeta também é abordado, falecendo em 12 de outubro de 1998, vítima de tuberculose, no Sanatorinhos de Campos do Jordão. Quase foi enterrada como indigente, mas um exemplar de seu livro “Teia“, encontrado por uma enfermeira, evitou esse desfecho. Orides Fontela amou gatos, mas não teve a mesma afinidade com as pessoas, sendo atropelada quatro vezes ao longo de sua vida.

Em suas próprias palavras, Fontela expressou: “Quero morrer sem obedecer a ninguém, sou o próprio coração selvagem”. Ela lamentou a necessidade de viver de prosa, cuidando da vida e transformando o verbo em verba. Em um país que a tratou não apenas como poeta, mas como um caso humano, ela refletiu sobre o cansaço do folclore que a envolvia, destacando que seu maior fracasso era não ser ateia.


Quem é Nilton Bicudo == ator e diretor brasileiro, 58 anos, formado em Direito na PUC-SP e em interpretação teatral pelo Teatro Escola Célia Helena. Já realizou trabalhos para teatro, cinema e televisão.

No teatro, dentre outras peças, participou de O Santo Milagroso, Tudo de Novo no Front, Timão de Atenas, A Gaivota, Édipo, Rumo a Cardff, A Estranha, O Método, Faz de Conta que tem Sol Lá Fora, Lisístrata, O Natimorto e Uma mulher de vestido preto.

No cinema, fez os filmes Caixa 2, Veneno da Madrugada, Boleiros, Por Trás do Pano, Meninos de Deus, Sábado e Primo Basílio.

Na TV, participou das novelas Sangue do Meu Sangue, Desejos de Mulher e Andando nas Nuvens e do humorístico A Diarista. Atuou, ainda, no seriado Carandiru, Outras Histórias.

Em 2007 esteve no teatro com a peça O Natimorto. No ano seguinte integrou o elenco da novela Água na Boca da Tv Bandeirantes. Em 2009 Bicudo se apresentou no teatro, ao lado de Cristina Mutarelli, na peça Uma Mulher de Vestido Preto, primeira montagem profissional de um texto do jornalista Jorge Felix.

No mesmo ano, o ator esteve no elenco da peça Mãe é Karma!, primeiro texto de Elias Andreato para o teatro. Também apresentou-se  no espetáculo humorístico Terça Insana.  Em 2009 gravou Corpo Estranho, uma minissérie exibida pelo site Teatro para Alguém, idealizado pela dramaturga Renata Jesion,  cujo objetivo é levar peças de conteúdo a pessoas com pouco ou nenhum acesso à cultura.

Ainda no mesmo ano Bicudo foi contratado pelo SBT para participar do remake da novela Uma Rosa com Amor.. Em 2015 ainda no SBT interpreta o divertido e atrapalhado Damião, o motorista de Isabela (Larissa Manoela), na novela Cúmplices de um Resgate. (Wikipédia)


Ficha técnica

Roteiro e Direção:  Elias Andreato / Apresentação solo: Nilton Bicudo / Luz e Cenário: Elias Andreato / Música: Jonatan Harold / Fotografia: Adriano Escanhuela / Designer gráfico: Keren Ora Karman / Figurino:  Marcelo Leão / Produção:  Rosa Vermelha Produções Artísticas


Serviço

O Antipássaro 

  • Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno
  • Endereço: R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
  • Data: até 03 de março de 2024
  • Apresentações:  aos sábados e domingos
  • Horário: 18 horas
  • Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
  • Contato/Ingressos: clique aqui
  • Duração: 60 minutos
  • Classificação etária: acima de 12 anos
  • Capacidade da Sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes

<<Com apoio de informações/fonte: Pevi 56 Assessoria de Imprensa / Angelina Colicchio / Diogo Locci >>