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Metrô define estações da Linha 19-Celeste na Zona Norte. Serão 478 desapropriações

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Tempo de Leitura: 8 minutos

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da Redação DiárioZonaNorte

  • A Linha 19-Celeste terá 10 estações em São Paulo e 5 estações em Guarulhos
  • Uma viagem da Vila Maria até o Anhangabaú terá a duração de  11 minutos
  • A linha será totalmente subterrânea, abaixo do Tietê e Tamanduateí
  • O Metrô já tem definido como serão as negociações para as desapropriações 

Esperança! Com investimentos da ordem de R$ 15 bilhões e anunciada em agosto de 2019, a futura Linha 19-Celeste do Metrô avança. Nesta 3ª feira (12/07/2022), aconteceu no auditório da Uninove, na Vila Maria, a Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do projeto, que ligará o Centro Histórico da Cidade, desde o Anhangabaú até o Parque Maia, do município vizinho em Guarulhos. Com a vantagem de interligar a Zona Norte com outras linhas do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O traçado terá quinze estações:  Anhangabaú, São Bento, Pari, Silva Teles, Catumbi,  Vila Maria, Curuçá, Jardim Japão, Jardim Brasil, Jardim Julieta, Itapegica, Dutra, Vila Augusta, Guarulhos e Bosque Maia. A obra tem previsão de início daqui há dois anos, a partir de 2024.

Audiência Pública

Depois de vários anos alimentando sonhos, foi o primeiro contato oficial e autêntico à frente de moradores e representantes dos distritos – e até de Guarulhos – que aguardam os grandes benefícios no transporte da região. E a representantes direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo afirma que a negociação será tranquila, sem transtornos, e tranquiliza  que os locais já estão pré-definidos e se houver mudança, será para mais ou para menos, com pouca alteração de locais.

estaçõesO evento que terminou por volta das 20 horas, que contou com cerca de 60 pessoas, foi convocado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, com representantes da Companhia do Metropolitano de São Paulo e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb. Não houve a presença de representante do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

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Rodrigo Passos Cunha (Cetesb) e Anselmo Guimarães (Cosema)

O Secretário Executivo do Consema, Anselmo Guimarães, comandou a audiência pública. Ao seu lado, no palco, o representante da Cetesb, Rodrigo Passos Cunha, que explicou o andamento do processo com o estudo técnico de análise pela Companhia Estadual do Meio Ambiente. Neste caso, são verificadas as diretrizes de traçado e os impactos do empreendimento. O parecer da Cetesb segue para análise e  reuniões do Consema, de onde poderá sair a licença prévia para o início das obras.

Os caminhos da Linha Celeste

Em seguida, o espaço foi aberto para os representantes do Metrô.  Com apresentação em “power-point” mostrando o traçado e os detalhes de mapas através do engenheiro Epaminondas Duarte Júnior, Chefe do Departamento de Planejamento e Anteprojetos de Engenharia da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que mostrou o lado de funcionamento do transporte.

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Engº Epaminondas Duarte Júnior

Em sua exposição, o engenheiro informou que a nova linha deverá percorrer os 17,6 quilômetros do trajeto de forma totalmente subterrânea (até abaixo dos rios Tietê, Tamanduateí e vários córregos) do Bosque Maia ao Anhangabaú, em 29 minutos; da Estação Vila Maria até o Anhangabaú serão 11 minutos. A previsão é o transporte de 684 mil passageiros por dia, com 31 trens na etapa inicial, e integração com as Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e a mais linhas da CPTM – Turquesa, Coral e Jade (até o Aeroporto Internacional de Guarulhos).

O engenheiro Duarte Júnior lembrou as vantagens no meio de transporte e os benefícios que trará aos moradores e passageiros, que receberão uma melhor qualidade de vida e benefícios sociais.

Ao mesmo, destacou o desenvolvimento do comércio e serviços que surgirão ao redor em todas as estações. Em seguida, apresentou os detalhes de cada estação com as localizações e os pontos notáveis de interesse aos moradores – Nota da Redação: ver detalhamento de todas as estações nas fotos do álbum publicado no final do texto.


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Ao término da exposição, o engenheiro do Metrô mostrou um cronograma inicial e indicativo das fases até a implantação da Linha Celeste: de 2021 até 2025 para a EIA-Rima (impacto ambiental), projeto básico e licitações;  de 2023 a 2025, as desapropriações; e de 2024 a 2030,  as obras/implantação. ”Essa é a meta para a implantação da Linha Celeste”, finalizou.

Os impactos ambientais

Em seguida, entrou em cena o geólogo especialista em gerenciamento ambiental da Prime Engenharia, Luis Ridente Júnior, que é o responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental-EIA.

O projeto, dadas as características geológicas do traçado, foi bastante complexo. O resultado apresentado pela equipe da Prime Engenharia, contratada para o trabalho pelo  Metrô-SP,  foi um estudo detalhado com  1.300 páginas incluindo fotos, mapas, tabelas, gráficos e quadros. O objetivo do projeto é identificar, descrever e classificar os impactos ambientais em toda a região da implantação da Linha 19-Celeste.

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Geólogo da Prime Engenharia, Luis Ridente Júnior

Com uma exposição extremamente técnica, porém de fácil compreensão,  no telão foram exibidos mapas com as condições geológicas da região, prevendo as escavações no solo e as obras em superfície. Os mapas de Guarulhos e da Zona Norte de São Paulo exibidos destacara, as áreas urbanizadas e os cortes da linha do metrô com as áreas das estações.

Neste processo foram estudados os temas do meio físico (clima, qualidade do ar, geologia, relevo, solos, pressão sonora e até áreas contaminadas – entre outros), meio biótico (vegetação, fauna e áreas de proteção ambiental) e meio socioecononômico (uso e ocupação do solo, sistema viário e tráfego, acessibilidade, desapropriação e até patrimônio histórico e cultural).

Compensação Ambiental

No ponto de compensação ambiental, o levantamento da Prime Engenharia estimou em R$12,5 milhões. No item de uso e ocupação do solo – com dados do Censo 2010 do IBGE -, calcula-se cerca de 252 mil habitantes e 75 mil domicílios na área  de São Paulo; e cerca de 71 mil habitantes e 23.900 domicílios do lado de Guarulhos. Houve também o levantamento  demográfico e qualidade de vida nas duas regiões.

Com o item de usos passíveis de desapropriação, o documento da Prime Engenharia mostrou de forma preliminar 474 lotes que serão afetados,  no total de cerca de 585 mil metros quadrados, destacando-se 257 imóveis de uso comercial e de 147 moradias horizontais. Já com a área passível de reassentamento, calcula-se 347 moradias na região do Jardim Julieta/Vila Medeiros.

Não é a decisão definitiva, podendo haver mudanças, mas que o Metrô dará toda a assistência com planos aos moradores. O biólogo fez as considerações sobre os impactos socioambientais e mais as vantagens que serão geradas em torno da Linha Celeste do Metrô. E fechamento a exposição, acrescentou que “a equipe técnica considera viável, do ponto de vista socioambiental, a localização e a implantação da nova linha do Metrô”.

Os procedimentos nas desapropriações

Na fase de participação pública, o evento relacionou os inscritos para as perguntas, que se dirigiram até o palco. Em seguida, na finalização da audiência pública, foram convocadas os representantes do Metrô-SP.

No palco, o gerente de Planejamento e Meio Ambiente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Luis Antonio Cortes Ferreira, que falou da “importância da audiência pública para colher as informações e aprimorar os estudos na implantação da Linha 19-Celeste”. E destacou o assunto de grande importância, que afeta as pessoas no caso de desapropriações.

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Luis Antonio Cortes Ferreira, gerente de
Planejamento e Meio Ambiente do Metrô-SP

  Segundo Cortes Ferreira, as áreas apresentadas no estudo são preliminares e ainda dependem do andamento do processo, que ainda está em detalhamento. “Não tomem como uma decisão definitiva, pois estamos na etapa prévia do projeto”, alertou o representante do Metrô.

Em sua fala, esclareceu que todas as desapropriações pelo Metrô são feitas por valor de mercado e são em dinheiro, com pagamento a vista. Não há pagamento por precatório. As benfeitorias realizadas no imóvel também entram nas negociações.

O representante do Metrô informou que, de forma inédita, haverá um perito oficial contratado que fará a avaliação do imóvel. Assim que for publicado o aviso de desapropriações no Diário Oficial e enviado os avisos aos imóveis afetados, o Metrô convocará os proprietários para os acertos. Desta forma, evitará o ajuizamento do assunto, sem aborrecimentos. Se houver ajuizamento da ação, o Metrô fará um depósito de 80% do valor que foi proposto e o juiz nomeia um perito para avaliação. E havendo o acerto do valor restante pelo Metrô, o juiz dá a ação final para que o proprietário deixe o imóvel em 30 dias.

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No caso de famílias em assentamentos, Cortes Ferreira explicou que o Metrô tem um processo de reassentamento para moradias e comércio. Essas famílias serão cadastradas e receberão do Metrô apoio para acertos até de documentação. O Metrô tem dois caminhos: uma indenização para a moradia ou moradia em unidade habitacional, que será de responsabilidade do Metrô na construção.

Se houver algum ponto de discordância de prazos na construção da unidade habitacional, o Metrô pagará um auxilio-aluguel mensalmente até a entrega das chaves. Aproveitou para anunciar uma Coordenadoria de Atendimento às Comunidades, que é a Coordenadoria de Gestão das Partes Interessadas (CGP), que auxiliar e tirar dúvidas através do e-mail: [email protected] . As áreas preliminares de desapropriações, que podem ser consultadas está no documento EIA/Rima na página do Metrô: www.metro.sp.gov.br 

Retorno e explicações finais

O engenheiro Epaminondas Duarte Júnior, do Metrô-SP, retornou ao púlpito, no palco, para responder algumas questões levantadas pelo público. Ele colocou  que as desapropriações é uma parte do projeto, que o Metrô está preocupado, mas acentuou a importância de ter a Linha 19-Celeste transportando 684 mil passageiros por dia, o tempo economizado no percurso caindo par 30 minutos de Guarulhos até o Anhangabaú e o trajeto Vila Maria até o centro em 11 minutos.

“O Metrô tem rapidez, confiabilidade, regularidade, tem energia limpa e pode diminuir o tráfego de veículos”, pedindo para que fossem lembrada essas informações na utilidade do novo transporte na região. “Não tem como não causar desapropriação”, continua o engenheiro, “mas o Metrô está fazendo o melhor para acertos para pagamento do imóvel e dar apoio ao morador”.

Ele respondeu que o pátio é fundamental para os serviços do metrô e a Vila Medeiros foi o  local escolhido. Segundo ele, os nomes das estações são preliminares para identificar o local, depois haverá estudos para outras denominações até com nomes de personalidades (citaram Estação Jânio Quadros) – que podem demandar pesquisas com a população.

Citou também que o Metrô tem a preocupação ambiental e não deixará de lado a colocação de plantas nativas nas estações. Voltou a repetir que ainda não há nada definido oficialmente com as desapropriações e alertou as pessoas para que aguardem o aviso, mais adiante. O que há no momento é o projeto.

Ele encerra lembrando que o metrô trará mais qualidade de vida, mais escolas, mais postos de saúde, mais uma série de benefícios. Agradeceu e deixou a marca “Somos todos Metrô!”.

Já o biólogo da Prime Engenharia, Luis Ridente Júnior,  voltou ao palco para dar um recado final. Fez referência ao Pátio da Vila Medeiros e que o estudo  de impacto socioambiental levantou todos os pontos das áreas contaminadas, que poderão ser reavaliados. E que a área com o terreno que foi da Brinquedos Estrela está identificada no estudo.  Já a área da Dixie Toga está fora do pátio e foi identificado que a contribuição é para o rio e não para a área da obra. Todas áreas foram identificadas e registradas nas prefeituras e na Cetesb, segundo acrescentou. Encerrou com explicações de  como funciona a compensação ambiental, baseada em uma lei federal.

Ainda houve a despedida do representante da Cetesb, Rodrigo Passos Cunha, que lembrou que as contribuições na audiência pública serão transcritas e farão parte do processo de licenciamento. Informou ainda que os interessados podem pedir um link digital para acompanhar todo o processo na Cetesb: [email protected] “pedir link para dar vistas ao processo”.

A próxima audiência pública sobre a Lina 19-Celeste será  nesta 5ª feira (14/07/2022), a partir das 17 horas, no auditório do SENAI – ESCOLA  HERMENEGILDO CAMPOS DE ALMEIDA – Av. Dr. Renato de Andrade Maia, 601 – Jardim Paraventi – Guarulhos / SP.


 

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