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A burocracia da Prefeitura e Sabesp pode causar nova cratera em rua do Mandaqui

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Tempo de Leitura: 5 minutos

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da Redação DiárioZonaNorte

  • O problema acontece em uma rua há vários meses com muitas reclamações
  • E até o momento,  sem uma perspectiva de solução, mas tem a burocracia
  • Solapamento é em função das chuvas que vai abrindo o buraco internamente
  • O SP 156 da Prefeitura de São Paulo já deu como “caso encerrado”.

Depois da Subprefeitura Santana/Tucuruvi/Mandaqui ter pago mais de R$76 mil para cada poda de árvore – segundo demonstrativo financeiro de cinco dias no final de janeiro/2022 oficialmente publicado no Diário Oficial da Cidade, com gasto total de mais de R$2,2 milhões  (ver matéria aqui) -, é difícil entender as razões que impedem a burocracia de uma serviço para evitar o afundamento de uma rua no bairro do Lauzane Paulista/Mandaqui (Zona Norte). Ou a consequência do já famoso “empurra-empurra” da Prefeitura de São Paulo com a empresa Sabesp – que tem o controle do Governo de São Paulo.

Os indícios do problema de solapamento na Rua Maria José Pomar (próxima da Avenida do Guacá ), foram observados há muito tempo em um ponto do lado esquerdo da rua, que chegou a ter uma intervenção da Sabesp – mas agora já está com novo afundamento.

Mas o mais grave e mais recente é o que acontece à sua frente, do lado direto da mesma rua, claramente um afundamento que chega de 25 a 30 centímetros de rebaixamento da sarjeta da calçada e que muito em breve, dará lugar para uma nova cratera.

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O problema é totalmente visível

Há diversas rachaduras no asfalto e até com o cimento das calçadas. Cinco residências são afetadas diretamente nos números 45, 52,54, 62 e 65. Mas o problema envolve toda a rua e aos moradores dos três blocos de apartamentos, no final da rua que não tem saída.  Esse situação caminha sem solução desde o ano passado:  dia a mais,  e dia menos,  vai virar lamentavelmente manchete de jornal e destaque em noticiário de rádio e televisão.

E para provar que a situação é preocupante e grave, basta prestar atenção nas marcações com letras azuis que foram feitas recentemente no solo, no dia 13 de março, pelos técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Isto em razão dos chamados dos moradores no dia anterior e, segundo relatado, os técnicos detectaram que existem ao longo da rua va?rios pontos de infiltrac?a?o pluvial. Esses pontos demonstram que há erosa?o abaixo do asfalto.

O início do empurra-empurra

Além das marcações azuis bem claras na asfalto, o pessoal da Sabesp transferiu, de imediato, o problema para a Prefeitura de São Paulo (PMSP). Inicialmente,  a Sabesp orientou que fosse feito um pedido pelo telefone 156 da PMSP para os locais de infiltração. Desta forma, a Sabesp terá condições de fazer a  manutenc?a?o – caso contrário, “sera?  um serviço inu?til com as pro?ximas chuvas com novas infiltrações”.

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Com o chamado, a PMSP mandou uma equipe da Subprefeitura Santana /Tucuruvi /Mandaqui para vistoria no local. Desta equipe, um funcionário ficou de pé dentro da galeria da Sabesp, que tem 3 metros e 40 centímetros. E veio a conclusão no “jogo de empurra”: “a responsabilidade é da Sabesp, cujo problema precisa ser resolvido com a abertura da via a partir da Av. do Guaca? e que a obra pode levar ate? dois meses”.

Por coincidência, no mesmo dia e momento, um funcionário da Sabesp esteve no local. E junto chegou também com “jogo do empurra-empurra”, o chamado conflito de responsabilidades. Após a saída do funcionário da Sabesp, a orientação da PMSP foi de retomar o pedido à empresa já que “sem a Sabesp com providências em conjunto, a Prefeitura na?o pode fazer“.

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Funcionários da PMSP
Todos os caminhos para reclamar

Um moradora, que acompanha todo o imbróglio do caso, relatou novamente o caso na Ouvidoria no site da Sabesp, pedindo uma nova avaliação e os reparos necessários.

No dia seguinte, o mesmo funcionário da Sabesp retornou e reafirmou que era necessário insistir com a Prefeitura de São Paulo com novo chamado. E deixou o aviso que ” a Sabesp tem mesmo que reparar, mas que sem antes a Prefeitura corrigir as infiltrac?o?es (parte pluvial) , na?o resolvera? o problema que voltara? a afundar a rua“.

Três dias após a nova reclamação e pedido no serviço SP 156 (17/03/2022), chegou para os moradores o aviso de “encerramento” e o pedido com o status de “resolvido”.  No mesmo dia, foi encaminhado o caso à Ouvidoria da Prefeitura de São Paulo.

E a situação continua no mesmo ponto, sem solução, e com a perspectiva de arquivamento em gavetas da burocracia, por mais anos. Até a abertura da cratera se concretizar e acontecer um acidente grave, como já é do conhecimento em outros casos no Mandaqui ou, até recentemente, na Vila Sônia/Butantã, que um enorme afundamento engoliu até um carro.

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Muitos moradores na rua

A Rua Maria José Pomar é uma rua bem íngreme na descida da Av. do Guacá, que não tem saída. Uma alternativa de emergência é uma estreitíssima  travessa com o nome de Ventura Tôrres – passa um carro por vez -, com saída na longa Rua Jacarapinima que chega à Rua Voluntários da Pátria. 

Na rua que acontece o afundamento do solo tem aproximadamente 40 residências, com dois condomínios (20 casas) e três torres de prédios, com 18 andares cada, sendo 4 apartamentos por andar. Tudo isto resulta em 282 moradias, com o cálculo em média de 5 pessoas em cada, chega-se em aproximadamente 1.410 pessoas que dependem diariamente do local. A rua Maria José Pomar corre risco de prejudicar todas essas pessoas e criar um caos na região. cratera

No final da rua, 3 blocos de aptos.

A maioria dos moradores e síndicos, que pagam seus impostos,  sabem do grave problema da rua e receberam aviso pelas mídias sociais sobre o assunto. Muitos deles também fizeram reclamações e pedidos aos serviços públicos. É até interessante notar que a região oferece o mesmo problema em outras ruas, como a bem próxima com o nome inesquecível: Rua Elvis Presley. Logo na esquina apresenta um enorme buraco já em processo de afundamento. cratera

É preocupante morar em um local que tem a “rua com problemas de solapamento” e ter dificuldades de locomoção no local. Um perigo a marcar o dia a dia destas pessoas, enquanto não há comunicação efetiva e eficiente entre a Prefeitura de São Paulo, a Subprefeitura Santana/Tucuruvi/Mandaqui e a Sabesp — pelo Governo de São Paulo. É esperar a tragédia chegar? cratera


Nota da Redação: O DiárioZonaNorte aguarda, agora, os retornos dos citados na reportagem: Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal das Subprefeituras, Subprefeitura Santana/Tucuruvi/Mandaqui e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp.


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