da Redação DiárioZonaNorte
A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta 4ª feira (04/06/2025) a implantação de mais 20 bosques urbanos e 100 jardins de chuva, com a promessa de tornar a cidade mais verde e sustentável.
Com o pretexto da Semana do Meio Ambiente, foi feito o lançamento destas áreas verdes. Segundo a Prefeitura de São Paulo, até 2028, a meta é a cidade ter 50 bosques ou mini-florestas e 1.000 terrenos destinadas a aumentar o escoamento da água da chuva pelo solo – todos batizados com nome de aves.
Zona Norte
Os terrenos para os novos bosques já foram selecionados e parte está em processo de licitação. O investimento estimado é de R$ 10,2 milhões e ocuparão uma área total de aproximadamente 56 mil metros quadrados, com o plantio de 3.839 árvores.

Na Zona Norte, estes bosques serão implantados em regiões como as das pontes da:
- Vila Maria (Jânio Quadros),
- Vila Guilherme ( Curt Walter Otto Baumgart),
- Limão (Adhemar Ferreira da Silva) e
- Casa Verde ( Walter Abrahão)
O destaque fica para o Bosque Anu, na Ponte Jânio Quadros (Vila Maria), com área de quase 9 mil metros quadrados e investimento de R$ 1,13 milhão, e o Bosque Ema, na Ponte Walter Abrahão (Casa Verde), com 7 mil metros quadrados e 350 árvores previstas.

Há lugares com histórico de descarte irregular de lixo também serão convertidos em espaços de reflorestamento urbano. Entre as espécies de árvores nativas que serão plantadas estão o Guanandi, Ipê Verde, Pau Viola, Uvaia, Pitangueira, Jacarandá de Minas, Carobinha, Falso Barbatimão, Ingá-Feijão e Manacá da Serra.
Santana
Entre 2023 e 2024, o bairro de Santana recebeu nas alças de acesso da Ponte Cruzeiro do Sul os bosques Corruíra e Garça e nas alças de acesso da Ponte da Bandeiras, os bosques Periquito e Cambacia.

O outro lado
Os bosques urbanos, que são fechados para os visitantes por serem áreas de preservação, são áreas públicas transformadas em pequenas florestas, que segundo a governo municipal, servem para ampliar a permeabilidade do solo, reconstituir habitats naturais, recuperar ecossistemas, aumentar a cobertura vegetal, preservar a flora e fauna da cidade de São Paulo, além de promover a melhora da qualidade de vida da população.
Eles funcionam como “pulmões” da cidade, contribuindo para a diminuição da poluição do ar ao transformar parte do gás carbônico em oxigênio. O CO2 é um dos responsáveis pelo aquecimento global.
A cada sete árvores é possível sequestrar uma tonelada de carbono nos seus primeiros 20 anos de idade. Entre os exemplares arbóreos escolhidos estão: ipês, guajuvira, guanandi e mirindiba rosa.

Jardins de chuva
Enquanto os bosques ampliam a cobertura arbórea da cidade, os jardins de chuva ajudam a reduzir alagamentos por meio de soluções de drenagem sustentável. Com investimento de R$ 2,3 milhões, os 100 novos jardins serão distribuídos em regiões com histórico de alagamentos.
Na Zona Norte, o único bairro citado é o de Santana, que deve receber com 11 jardins de chuva. Eles funcionam como filtros naturais, permitindo que parte da água da chuva infiltre no solo, diminuindo a carga sobre o sistema de drenagem urbana.
Com essas novas unidades, a cidade se aproxima da meta de 1.000 jardins até 2028. Atualmente, já são 420 jardins de chuva, que incluem outras intervenções como poços de infiltração, biovaletas e vagas verdes. Em 2017, São Paulo contava com apenas 23 jardins de chuva.
Nota da Redação – Posicionamento do DiárioZonaNorte == É louvável que o governo municipal de São Paulo apresente projetos voltados à sustentabilidade, como os novos bosques urbanos e os chamados “jardins de chuva”.
Essas iniciativas dialogam com o desafio ambiental das grandes cidades, ajudando a mitigar enchentes, melhorar a qualidade do ar e oferecer mais áreas verdes. A cidade precisa, sim, de soluções ecológicas.
Contudo, o modo como essas intervenções são conduzidas levanta críticas. A falta de participação da população nos debates, o silêncio sobre os projetos nos conselhos municipais e a velocidade com que as inaugurações acontecem evidenciam um modelo autoritário de gestão pública. O cidadão é, no máximo, espectador – nunca protagonista.
Mais grave ainda é o que se esconde por trás dessas ações. Muitos dos bosques recém-inaugurados, cercados por grades e com acesso restrito, parecem ter um objetivo secundário: impedir que pessoas em situação de rua ocupem os espaços públicos.
Trata-se de uma prática silenciosa, mas eficaz, da chamada arquitetura da exclusão – como as grades sob viadutos da Marginal Tietê, que substituem a política social por obstáculos de ferro.
Transformar o espaço urbano sem resolver a vulnerabilidade humana é maquiar a paisagem à custa do sofrimento invisibilizado.
Antes de plantar grama e erguer cercas, o município precisa garantir dignidade à população que habita as ruas: abrigo, alimentação e acesso às políticas sociais.
Além disso, é urgente cobrar dos senhores vereadores a responsabilidade que lhes cabe. Como representantes legítimos da população, eles devem analisar com seriedade tais projetos, exigir estudos de impacto social e ambiental, e promover audiências públicas.
A omissão do Legislativo fortalece decisões tecnocráticas e aprofunda a exclusão social mascarada por iniciativas verdes.
<< Com apoio de informações/fonte: Secretaria Especial de Comunicação >>
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