Home Cultura Teatro Alfredo Mesquita recebe a peça Mirar sobre a América Latina contemporânea

Teatro Alfredo Mesquita recebe a peça Mirar sobre a América Latina contemporânea

Foto: DivulgaçãoMayra Azzi
Tempo de Leitura: 4 minutos

O Coletivo Labirinto comemora sua primeira década de trajetória com apresentações gratuitas do espetáculo Mirar: Quando os Olhos se Levantam, entre os dias 9 a 11 de maio (6a., sábado e domingo) no Teatro Municipal Alfredo Mesquita, na Zona Norte de São Paulo.

Com texto e direção de Jé Oliveira, a obra propõe uma reflexão sobre a América Latina contemporânea a partir de crônicas, imagens simbólicas e vivências que atravessam os corpos e territórios do continente.

Foto: Divulgação / Mayra Azzi
Como foi a montagem

A montagem marca o início do projeto “Pés-Coração: A América Latina Como Caminho”, viabilizado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Edição 43. Além da circulação, a iniciativa contempla leituras encenadas, laboratórios criativos e culminará na estreia de um novo espetáculo em 2026.

A peça, originalmente lançada em 2022, passou por cidades do interior paulista no último ano. Agora retorna à capital, trazendo no elenco Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez, Lua Bernardo e Beatriz França, que também assina a direção musical.

A dramaturgia é inspirada no livro Crônicas de Nuestra América, de Augusto Boal, publicado em 1977, cujas narrativas expõem personagens e situações emblemáticas da América Latina, sob o olhar crítico do autor durante seu exílio nos anos de ditadura no Brasil.

Foto: Divulgação / Mayra Azzi
No pano de fundo, a América Latina

Em cena, quatro caminhantes cruzam histórias e paisagens do continente em busca de pertencimento. A encenação combina procedimentos cênicos baseados na improvisação, composição coletiva e forte apelo visual e musical, apostando na potência simbólica do corpo e da palavra como ferramentas de transformação.

O espetáculo estabelece um paralelo entre a América Latina da década de 1970 e a dos dias atuais, contrastando permanências e rupturas históricas. A proposta é criar um mosaico poético e político sobre os efeitos da colonização, os processos de resistência e a diversidade de vozes que moldam nossa identidade latino-americana.

O trabalho se ancora no poder dos símbolos, da imagem e da poesia como formas de revolução sensível. É um convite para que cada espectador reflita sobre sua própria história e presença no mundo”, afirma Abel Xavier, um dos intérpretes e integrantes do coletivo.

Foto: Divulgação / Mayra Azzi
Dramaturgia latino-americana

Desde sua fundação em 2013, o Coletivo Labirinto desenvolve uma pesquisa contínua sobre a dramaturgia latino-americana contemporânea. O grupo tem como foco investigar a relação entre sujeitos e seus contextos sociais por meio da cena.

Seus trabalhos anteriores incluem “Sem_Título” (2014), “Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul” (2019) e “Onde Vivem os Bárbaros” (2021/2022).

Em Mirar, a investigação estética se dá na fronteira entre o épico e o lírico, entre o documento histórico e a fabulação. A encenação é construída com base em imagens poéticas, elementos de musicalidade latino-americana e uma forte colaboração entre direção, elenco e equipe criativa. Essa abordagem compartilhada amplia a força crítica do espetáculo e fortalece sua vocação política.

A circulação de Mirar: Quando os Olhos se Levantam não apenas celebra os dez anos do Coletivo Labirinto, como também reitera seu compromisso com a valorização da arte como espaço de escuta, questionamento e pertencimento. Em tempos de disputas simbólicas intensas, o teatro se firma, mais uma vez, como um território de resistência e reinvenção coletiva.


            Mirar: Quando os Olhos se Levantam

Ficha técnica:

Idealização e Realização: Coletivo Labirinto/ Direção, Dramaturgia e Textos: Jé Oliveira / Artistas Criadores: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez; Lua Bernardo e Beatriz França (musicistas) / Assistência de direção: Éder Lopes / Interlocução Artística: Georgette Fadel e Wallyson Mota / Direção Musical: Maria Beraldo  / Vídeos e Projeções: Laíza Dantas / Iluminação original: Wagner Antônio  / luminação Circulação Fomento: Aline Sayuri / Figurino: Éder Lopes / Texto Áudio: Abel Xavier e Jé Oliveira / Operadora de Luz: Aline Sayuri / Operador de Som e Projeção: Tomé de Sousa e Eduardo Gabriel Alves / Designer Gráfico: Renan Marcondes / Fotos: Mayra Azzi / Produção: Corpo Rastreado – Leo Devitto e Lucas Cardoso / Realização: Coletivo Labirinto e Cooperativa Paulista de Teatro

Serviço    

  • Apresentação: Coletivo Labirinto
  • LocalTeatro Municipal Alfredo Mesquita
  • Endereço:  Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, SP
  • Localização: em frente ao Campo de Marte
  • Transporte: Metrô Linha 1-Azul / Estação Santana
  • Estacionamento: no local, livre
  • Capacidade: 198 lugares
  • Período: 9 a 11/05 (6a. e sábado às 20h, domingo às 19h)
  • Duração: 75 minutos
  • Classificação indicativa:  14 anos
  • Ingressos: entrada gratuita (1 hora antes/bilheteria)

<< Com apoio de informações/fonte:  Pombo Correio Assessoria de Comunicação / Douglas Picchetti e Helô Cintra >>