- Cresce a preocupação com os impactos das apostas esportivas e jogos online no consumo e na saúde financeira;
- Campanha reforça que apostas esportivas e jogos online configuram relação de consumo;
- Plataformas devem seguir regras e oferecer canais de atendimento;
- Procons municipais serão convidados a participar
Em um país que proíbe há anos o jogo do bicho e o cassino, a presença das apostas esportivas e jogos online na vida dos brasileiros se intensificou de forma acelerada. De manhã à noite, durante a semana ou aos finais de semana, propagandas invadem rádios, emissoras de tv, sites, aplicativos e redes sociais — além de outras midias.
E não param por aí. Como futebol é o foco, invadem os estádios, o meio e a publicidade eletrônica por todo os campos. Ex-locutor esportivo famoso, outros ex-jogadores e alguns atuais, junto com influenciadores e artistas ingressaram nos apelos das plataformas das bets. Tem ainda as marcas tomando conta das camisas de vários clubes brasileiros.
O avanço desse setor, no entanto, não ocorre sem consequências, mudando o modo de viver de muita gente — até nas apostas legais e oficializadas há tempos. O Procon-SP alerta para os impactos negativos que as apostas têm causado no comportamento financeiro da população.
Segundo levantamento feito em fevereiro, quase metade dos apostadores já comprometeu parte da renda para continuar jogando — alguns chegaram a retirar investimentos ou recorrer a empréstimos bancários. O vício em jogos, conhecido como ludopatia, cresce silenciosamente e exige respostas urgentes.
Apesar da regulamentação federal aprovada em 2023, as plataformas nem sempre seguem as normas com clareza. Muitas deixam de oferecer canais de atendimento ao consumidor e não informam corretamente sobre taxas, regras e riscos.
A publicidade excessiva também é alvo de críticas. Especialistas apontam a omissão de órgãos como o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e o Ministério do Esportes diante da proliferação de anúncios. Fora alguma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está acontecendo, outras Câmaras Municipais ou Assembléias Legislativas não encamparam o problema.
Procon alerta o problema
Diante desse cenário, o Procon-SP apresenta a campanha #ApostadorÉConsumidor, que busca informar a população sobre seus direitos e cobrar o cumprimento das normas pelas empresas do setor.
A iniciativa inclui vídeos explicativos, materiais gráficos para redes sociais (com possibilidade de inserção de logos de Procons municipais) e a produção de um rap com apoio de inteligência artificial, pensado para viralizar entre os mais jovens.
A campanha parte de um princípio fundamental: quem aposta está envolvido em uma relação de consumo e deve ser protegido como qualquer outro consumidor.
As autoridades e plataformas têm o dever de garantir transparência, atendimento e responsabilidade. Sem isso, o que hoje parece diversão pode rapidamente se transformar em dívida, compulsão e sofrimento.
Dados que preocupam
Pesquisa realizada pelo Procon-SP com mais de 1.500 consumidores revelou que:
- 71% tiveram mais perdas financeiras do que ganhos
- 39% contraíram dívidas devido às apostas
- 48% usaram grande parte da renda, retiraram aplicações ou pediram dinheiro emprestado para jogar
De janeiro de 2024 a março de 2025, foram registradas cerca de 3.300 reclamações relacionadas a apostas online, sendo que a maior parte se refere à não devolução de valores ou não pagamento de prêmios.


Registros de Denúncias: www.procon.sp.gov.br
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- Atendimento: das 9h às 17h (necessário agendamento)
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- Especial: O Procon SP oferece ainda atendimento telefônico pelo número 151, que é disponibilizado somente para chamadas originadas no município de São Paulo, de 2ª a 6ª feira, exceto feriados, das 09h00 às 15h00.
<<Com apoio de informações/fonte: Assessoria de Comunicação / Procon-SP – Ricardo Muza & Equipe >>