da Redação DiárioZonaNorte
- A Casa de Detenção foi inaugurada em 1920 e depois transformada em Penitenciária do Carandiru;
- Em 2002 (82 anos após) a Casa de Detenção foi implodida;
- O Parque da Juventude surge um ano após – 2003;
- A maior rebelião na Casa de Detenção foi em 1992, com 111 mortos; e
- Os parques já privatizados: Zoológico, Jardim Botânico, Villa-Lobos, Cândido Portinari, Água Branca e da Cantareira
O Parque da Juventude – Dom Paulo Evaristo Arns, referência de lazer e cultura na Zona Norte de São Paulo, será privatizado. Após 22 anos de existência, o espaço, que surgiu em 2003 no lugar da antiga Casa de Detenção do Carandiru, entra no pacote de concessões do Governo do Estado. A decisão, que já era alvo de debates, agora avança com a abertura da consulta pública, válida até o dia 17 de julho.
Com 240 mil metros quadrados, o Parque da Juventude nasceu de um projeto de requalificação urbana que marcou a história da capital. A demolição do presídio, em 2002, deu lugar a um espaço que se transformou ao longo dos anos em um polo de esportes, lazer, cultura e educação, incluindo uma Biblioteca São Paulo — administrada pela Secretaria Estadual da Cultura — com 4 mil m² e dois prédios exclusivos com a Escola Técnica Estadual – ETEC-Parque da Juventude
Além de ser o único parque da Zona Norte contemplado neste processo de privatização, ele é um dos mais simbólicos, justamente por sua história ligada à recuperação de uma área que simbolizava violência e exclusão social. Agora, junto com outros cinco parques localizados na Zona Leste, ele será entregue à gestão da iniciativa privada por um período de 30 anos.

Os parâmetros da privatização
O governo estadual estima mais de R$ 144,7 milhões em investimentos ao longo da concessão. Deste total, R$ 60,4 milhões devem ser aplicados nos primeiros quatro anos, com foco em melhorias estruturais, expansão de áreas de lazer, criação de novos equipamentos esportivos e requalificação dos espaços existentes.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil), Natália Resende, explica que o contrato prevê uma contraprestação pública limitada a até R$ 23,7 milhões anuais, vinculada ao cumprimento de metas de qualidade e indicadores de desempenho. “Estamos buscando garantir a máxima qualidade na prestação dos serviços, com foco em manutenção, gestão de resíduos e satisfação dos usuários“, afirma.
A consulta pública também está aberta para discutir os Planos Diretores dos parques envolvidos. Segundo a responsável da Semil , o objetivo é colher sugestões da comunidade local e de entidades sobre a melhor forma de uso e preservação dos espaços.
Além do Parque da Juventude, integram o projeto de concessão os seguintes parques da Zona Leste: Parque Estadual do Belém Manoel Pitta, Parque Ecológico do Tietê – Núcleo Engenheiro Goulart, Parque Vila Jacuí, Parque Maria Cristina Hellmeister de Abreu e Parque Itaim Biacica.

Os moradores podem opinar
Os moradores podem ter acesso ao material completo sobre o projeto, no link por e-mail ( [email protected] ), informando nome, entidade e e-mail de contato. O ambiente virtual, chamado de data room, contém todos os documentos técnicos e jurídicos da concessão.
A secretária Natália Resende reforça que o novo modelo de contrato foi aprimorado a partir de experiências anteriores com concessões estaduais. “Estabelecemos metas mais rígidas e fiscalização intensiva. Os investimentos principais estarão concentrados nos primeiros anos para melhorar a experiência dos usuários e garantir a conservação ambiental”, completa.
O futuro do Parque da Juventude agora depende da participação da população na consulta pública e da modelagem final do contrato de concessão. O espaço, que já simbolizou um novo começo para a Zona Norte, está prestes a iniciar mais um capítulo de sua história.
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<<Com apoio de informações/fonte: Secretaria Especial de Comunicação-SECOM e Secretaria de Meio Ambiente Infraestrutura e Logística <[email protected]>>