- “O modo como tratamos nossos idosos é um termômetro ético da sociedade”. < Dom Hélder Câmara, citado no final do ato >
Em um país que envelhece rapidamente, os idosos ainda enfrentam abandono, desrespeito e ausência de políticas públicas efetivas. Faltam moradias adaptadas, vagas em centros de convivência, atendimento médico especializado e até mesmo segurança alimentar.
Muitas vezes, o idoso é tratado como um peso social, ignorado por gestores públicos e pela sociedade. A violência física, psicológica, financeira e institucional contra essa parcela da população é uma realidade crescente e alarmante.
Foi com esse cenário preocupante que cerca de 200 pessoas se reuniram nesta 2ª feira (16/06/2025), no centro de São Paulo, para participar da 14ª Caminhada pelo “Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa”.
O evento foi organizado pelo Grupo de Articulação para a Conquista da Moradia para o Idoso da Capital (GARMIC) e por outras 49 entidades da sociedade civil (*), a mobilização cobrou ações imediatas da Prefeitura de São Paulo.

Durante o ato, foi entregue uma Carta de Reivindicações com propostas urgentes voltadas à melhoria das condições de vida dos idosos. A Prefeitura de São Paulo se comprometeu a agendar uma reunião com todas as controladorias e secretarias, incluindo a de Habitação, para discutir os pontos apresentados.
Rogério Gomes, diretor do GARMIC, destacou a importância de se retomar políticas habitacionais como as “Vilas dos Idosos”, que já mostraram eficácia no passado, mas foram descontinuadas. Além disso, a entidade reivindica a destinação mínima de 3% das unidades habitacionais para pessoas idosas, conforme determina o Estatuto da Pessoa Idosa.
Dados que reforçam a urgência
Segundo a Fundação SEADE – Sistema Estadual de Análise de Dados, em 2022 os idosos representavam 14,7% da população paulista, algo em torno de 6,7 milhões de pessoas. Na capital, estima-se que a população idosa já esteja entre 1,8 a 2 milhões de pessoas, com projeção de ultrapassar 2,3 milhões até 2030.
Por trás de cada número estão histórias de vida, de trabalho e de contribuição social. “Não somos apenas dados estatísticos. Somos cidadãos e cidadãs que ajudaram a construir essa cidade e agora exigimos respeito e dignidade”, afirmaram os participantes da caminhada.

Principais reivindicações entregues
O documento protocolado incluiu, entre os principais pontos:
- Cumprimento integral do Estatuto da Pessoa Idosa e da lei municipal que institui o Dia da Conscientização contra a Violência à Pessoa Idosa;
- Construção de uma Vila dos Idosos por subprefeitura; Reaproveitamento de prédios abandonados para moradia de idosos;
- Integração entre as secretarias de Saúde, Habitação e Assistência Social;
- Expansão dos programas de alimentação, como Alimentação Sobre Rodas e Cozinhas Solidárias;
- Criação de Núcleos de Convivência e Centros Dias em todas as regiões da cidade;
- Implantação de uma Unidade de Referência em Saúde da Pessoa Idosa por subprefeitura;
- Combate institucional ao idadismo e outras formas de discriminação;
- Fortalecimento dos espaços de participação social, como Conselhos e Fóruns de Idosos; e
- Investimento em pesquisas que mapeiem a violência contra os idosos com recorte por raça e gênero.
A manifestação terminou com a esperança de que as vozes ouvidas nas ruas sejam transformadas em ações concretas dentro das secretarias e gabinetes do poder público.

O documento foi assinado pelas 48 entidades:
Serviço
Grupo de Articulação para a Conquista da Moradia para o Idoso da Capital – GARMIC
- Endereço: Largo São Francisco, 181, 4ª andar, Sala 08
- Localização: Centro Histórico, São Paulo
- Telefone: (11) 3101-2277
- E-mail: [email protected]
<<Com apoio de informações/fonte: Mara Ribeiro Assessoria de Imprensa >>