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Do silêncio imposto à arte viva: “Um Grito Parado no Ar” ecoa forte no Itaú Cultural

Foto: Divulgação / Cacá Bernardes
Tempo de Leitura: 4 minutos

 

  • Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006 = 96 anos) foi um ator, diretor, dramaturgo e poeta italiano naturalizado brasileiro;
  • Figura central do Teatro de Arena de São Paulo, ele marcou a dramaturgia nacional com textos que abordavam questões sociais e políticas; e
  • Entre as suas obras mais significativas está Eles Não Usam Black-Tie, reconhecida como um marco do teatro brasileiro, em 1958.

Em tempos sombrios de censura e repressão, quando vozes eram caladas e a arte sufocada pelo regime militar brasileiro, surgia em 1973 um grito que se recusava a silenciar.

Era o nascimento de Um Grito Parado no Ar, obra-prima de Gianfrancesco Guarnieri. Agora, 52 anos depois, o espetáculo volta aos palcos em montagem do Teatro do Osso, transformando memória em urgência no palco do Itaú Cultural, com apresentações gratuitas de 29 de maio a 1º de junho.

Grito Parado Ar Itaú Cultural
Foto: Divulgação / Cacá Bernardes

Com direção de Rogério Tarifa e direção musical de William Guedes, a peça mistura teatro e música em um ato-espetáculo poderoso.

Canções originais de Jonathan Silva embalam a narrativa que atravessa gerações e confronta novamente os desafios da criação artística em tempos turbulentos — desta vez, com o Brasil de 2025 no espelho.

A nova encenação mantém viva a essência crítica da obra original. A trama acompanha um grupo de artistas que, às vésperas da estreia, precisa lidar com a ameaça da censura, dívidas e falta de recursos.

Grito Parado Ar Itaú Cultural
Foto: Divulgação / Cacá Bernardes

O texto é mais do que uma representação do passado: é um reflexo do presente. Com improvisações baseadas em relatos reais, o elenco conecta o ontem ao agora, mostrando que o grito continua necessário.

No centro dessa ponte entre os tempos está Dulce Muniz, atriz histórica do Teatro Arena, que retorna ao palco como Flora — um símbolo de resistência e permanência.

Em cena, o espetáculo valoriza a diversidade: atores e atrizes cis e trans, vindos de diferentes origens e classes sociais, constroem um mosaico autêntico da cultura brasileira.

Grito Parado Ar Itaú Cultural
Foto: Divulgação / Cacá Bernardes

A montagem é mais do que uma releitura — é um chamado. Ela recupera a força coletiva da arte como ferramenta política e resistência simbólica.

O Teatro do Osso, com seu repertório engajado e inovador, reforça seu compromisso com uma dramaturgia viva, nascida do cotidiano e das lutas sociais.

Em um país onde a liberdade de expressão ainda é frequentemente ameaçada, Um Grito Parado no Ar retorna como manifesto: a arte não se cala. Ela grita. Mesmo parada no ar.

Grito Parado Ar Itaú Cultural
Foto: Divulgação / Cacá Bernardes

Teatro do Osso tem uma trajetória de nove anos e um repertório que reafirma algumas características constitutivas de uma linguagem do grupo: a exploração das possíveis relações entre a fala, música e encenação; a construção de uma dramaturgia coletiva a partir das vivências pessoais, éticas, estéticas e políticas de cada integrante do grupo; a incorporação das experiências originadas na resistência social; e a desconstrução da relação palco e plateia.

Rogério Tarifa é diretor, ator, dramaturgo, cenógrafo e diretor de arte. Em 2022, dirigiu O que nos Mantém Vivos, trabalho com o qual foi indicado ao Prêmio Shell de Direção, e ao APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte como Melhor Espetáculo.

No mesmo ano dirigiu ANONIMATO, espetáculo da Cia Mungunzá de Teatro. Ganhou o Shell de Melhor Cenário e foi indicado na categoria direção com os espetáculos Cantata Para Um Bastidor de Utopias e O que nos Mantém Vivos?.


FICHA TÉCNICA

Direção: Rogério Tarifa / Dramaturgia: Jonathan Silva, Rogério Tarifa e Teatro do Osso / Direção de Atores: Luis André Cherubim e Rogério Tarifa / Texto original: “Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri / Elenco: Guilherme Carrasco, Isadora Títto, Maria Loverra, Oswaldo Ribeiro Acalêo e Rubens Consulini / Atriz convidada: Dulce Muniz / Coro: Dan Nonato, Thiego Torres, Ísis Gonçalves, Marcela Reis, Nduduzo Siba, Rommaní Carvalho, Sofia Lemos e Wilma Elena / Iluminação: Marisa Bentivegna / Direção musical e treinamento vocal: William Guedes / Composições originais: Jonathan Silva / Músicos: Gabriel Moreira, Felipe Chacon e Ju Vieira / Direção de movimento e treinamento: Marilda Alface / Direção de Arte: Rogério Tarifa / Cenário: Diego Dac e Rogério Tarifa / Figurino: Juliana Bertolini / Desenho de som: Duda Gomes / Produção Executiva: Carolina Henriques / Diretor de palco: Diego Dac / Técnico de Palco: DiegoLeo / Técnica de Luz: Gabi Ciancio / Técnico de som: Duda Gomes / VJ: Lui Cavalcante / Assistente de Produção: Julia Terron / Assistente figurino: VI Silva / Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli/ Fotos: Mauricio Bertolin e Cacá Bernardes / Designer gráfico: Fábio Vieira / Ilustração: Elifas Andreato / Realização: Teatro do Osso / Produção: Jessica Rodrigues Produções Artísticas / Direção de Produção: Jessica Rodrigues


SERVIÇO

Peça Um Grito Parado no Ar

  • Local:  Itaú CulturalTeatro: 224 lugares
  • Endereço: Av.  Paulista, 149 – Cerqueira César
  • Telefone:(11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
  • Transporte: próximo à Estação Brigadeiro do Metrô
  • Apresentações: 29/05 a 01/06/2025
  • Horários: 5a. a Sábado: 20 hs / Domingo: 19 hs
  • Duração: 170 minutos
  • Classificação Indicativa: 14 anos
  • Entrada gratuita. Reservas de ingressos  a partir das 12h, na plataforma INTI – clique aqui   

<<Com apoio de informações/fonte: Conteúdo Comunicação  / Larissa Corrêa >>

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