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Dengue retorna à Parada Inglesa que pede mais ações e alerta os moradores da ZN

Tempo de Leitura: 5 minutos

 

da Redação DiárioZonaNorte

 

  •  A dengue causa febre, dores articulares e pode evoluir para formas hemorrágicas.
  • A chikungunya, cujo nome em dialeto africano significa “aqueles que se dobram”, provoca sofrimento crônico nas articulações.
  • Já a Zika é silenciosa, mas devastadora, principalmente para gestantes.

Diz o ditado que onde há fumaça, há fogo. E onde há “fumacê”, há mosquito. A vizinhança da Parada Inglesa e Vila Dom Pedro II/Tucuruvi voltou a sussurrar alertas entre varais, portões e sacadas, que correu pela vizinhança.

A dengue, essa velha conhecida dos paulistanos, reapareceu em cena: um caso na Rua Vicenza, ao lado da Avenida General Ataliba Leonel, que reacendeu o medo num bairro que parecia esquecido pelo calendário da epidemia e pela sua situação geográfica.

Mas o mosquito não esquece. Silencioso, ele se reproduz onde ninguém vê: na tampinha do refrigerante, no pratinho do vaso de planta, na calha entupida. E por mais que o verão já tenha dado lugar ao outono, o mosquito do Aedes aegypti continua seu voo invisível entre milhões de moradores.

Consultada pelo DiárioZonaNorte, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) mais uma vez escorregou entre as respostas. Não confirmou oficialmente o caso da Rua Vicenza, mas sinalizou que, na 4ª feira (21/05/2025), realizou uma “ação de bloqueio de criadouros” na região. De fato, moradores relataram a presença de agentes da Unidade de Vigilância Sanitária (UVIS),  os fiscais da saúde pública, batendo de porta em porta.

No entanto, o ritual da visita parece mais simbólico que eficaz. O agente toca a campainha, pergunta ao morador se há vasos com pratinhos com água. Com a resposta negativa, agradece, anota na prancheta e vai embora. Não entra. Não verifica. Não abre portões. A inspeção, ao que parece, é mais auditiva do que investigativa.

Nas entrelinhas, a SMS informa também que nos próximos dias enviará o carro da nebulização, o popular “fumacê”, para circular pela Rua Vicenza e nas vias em seu entorno. A fumaça, nesse caso, é a metáfora visível de uma guerra invisível, mas que não vence batalhas sozinha.

Dengue Parada Inglesa ZN
Carro do “Fumacê” nas ruas
O que registra a Zona Norte

A Zona Norte fechou o ano de 2024 com mais de  71 mil casos de dengue. Em 2025, até o dia 16 de maio, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN – do Ministério da Saúde, alimentado com dados da Secretaria Municipal da Saúde -, demonstrou que a Zona Norte registrou o total de 5.087  casos de dengue  nos quatro distritos:

  • Santana/Tucuruvi/Mandaqui:  1.222 casos
  • Casa Verde/Cachoeirinha/Limão : 2.067 casos
  • Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros: 805 casos
  • Jaçanã/Tremembé:  993 casos

Dengue Parada Inglesa ZN

Os números relatados

A capital, segundo dados da SMS, já contabiliza em 2025 mais de 5,6 milhões de ações no enfrentamento ao mosquito. São visitas domiciliares, aplicação de larvicidas, pulverização com drones, além de campanhas educativas que tentam transformar a passividade da população em vigilância ativa. No papel, parece muito. Mas nos bairros, o que se vê são lacunas.

Nos dias 1º, 3 e 4 de maio, a SMS diz ter vistoriado mais de 42 mil imóveis e nebulizado 3.300 quarteirões. Em 10 de maio, mais de 20 mil casas foram visitadas. A pulverização é ampla, mas a resposta local, em muitos pontos da Zona Norte, ainda parece tímida – e sem clareza nos dados por subprefeitura.

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Agente verifica foco no vaso de residência
Causas, efeitos  e cuidados 

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, inseto que se prolifera principalmente em ambientes com água parada.

A enfermidade pode se apresentar de forma leve ou evoluir para quadros graves, com risco de morte. Os sintomas iniciais mais comuns incluem febre alta, dores intensas no corpo e articulações, dor de cabeça, além de manchas vermelhas na pele.

Em casos mais graves, surgem sinais de alarme como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, dificuldade para respirar, confusão mental e sangramentos. Nessa fase, a doença pode evoluir rapidamente para quadros de choque, falência de órgãos e óbito, exigindo atendimento médico imediato.

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Mesmo após a recuperação, alguns pacientes relatam efeitos de longo prazo, como síndrome da fadiga crônica, queda de cabelo e perda de apetite, impactando significativamente a qualidade de vida. Por isso, o acompanhamento clínico adequado é essencial.

A prevenção continua sendo a principal arma contra a dengue. Eliminar criadouros do mosquito, como recipientes com água parada, limpar calhas e quintais, manter caixas d’água tampadas e usar repelentes são atitudes fundamentais.

Em caso de suspeita, é importante não se automedicar — principalmente com medicamentos como aspirina —, já que certos compostos podem agravar o quadro. A recomendação é a busca de Unidade Básica de Saúde (UBS), Pronto Socorro ou mesmo unidade hospitalar.

O tratamento consiste em repouso, ingestão de líquidos e uso de analgésicos e antitérmicos sob orientação médica. Casos que evoluem com sintomas severos devem ser tratados com urgência. A vigilância e o cuidado começam em casa, mas a resposta precisa ser coletiva. E o sentido de cidadania e coletividade devem ser usadas para impedir e combater a doença.


Nota da Redação / Posicionamento do DiárioZonaNorte l Reconhecemos e valorizamos o esforço da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) no combate à dengue, chikungunya e zika. As ações realizadas até o momento são importantes, mas ainda insuficientes diante da gravidade do avanço do mosquito Aedes aegypti em áreas populosas da cidade — com destaque à Zona Norte.

A guerra contra o mosquito não pode ser feita apenas com boas intenções: exige organização, comunicação clara e envolvimento direto da comunidade.

É urgente que a Prefeitura de São Paulo  melhore sua estratégia de comunicação com os moradores. Antes de enviar os agentes da Unidade de Vigilância Sanitária (UVIS) às casas, a população precisa ser informada.

Um simples aviso por SMS, anúncio nas midias, redes sociais ou até mesmo apelando para o velho e tradicional carro de som já ajudariam a reduzir a desconfiança e facilitar o trabalho das equipes. A ausência de informação gera medo e portas fechadas — um risco em uma situação de saúde pública.

Além disso, os agentes devem estar devidamente identificados. Leitores relataram que alguns profissionais atuam com roupas comuns e crachás minúsculos, o que levanta dúvidas sobre sua credibilidade — ainda mais nos dias de insegurança na cidade. É inadmissível.

O crachá grande, em tamanho bem visível, com foto, nome e outros detalhes de confiança. Também é fundamental que esses agentes distribuam folhetos explicativos sobre os riscos da dengue, sintomas e formas de prevenção — material básico que, infelizmente, ainda não chega a todos.

Quanto ao carro de nebulização, o popular “fumacê”, moradores afirmam que o serviço é apressado, ineficaz e mal coordenado. O ideal seria que ele atuasse junto com os agentes da UVIS, no mesmo dia e horário, para potencializar o impacto da ação.

No combate ao mosquito, o improviso não salva vidas. Planejamento, informação e respeito ao cidadão, sim. E com muita transparência e  todos os meios de divulgação aos moradores.


<<Com apoio de informações/fonte: Assessoria de Imprensa / Secretaria Municipal da Saúde >>

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