da Redação DiárioZonaNorte
- A dengue causa febre, dores articulares e pode evoluir para formas hemorrágicas.
- A chikungunya, cujo nome em dialeto africano significa “aqueles que se dobram”, provoca sofrimento crônico nas articulações.
- Já a Zika é silenciosa, mas devastadora, principalmente para gestantes.
Diz o ditado que onde há fumaça, há fogo. E onde há “fumacê”, há mosquito. A vizinhança da Parada Inglesa e Vila Dom Pedro II/Tucuruvi voltou a sussurrar alertas entre varais, portões e sacadas, que correu pela vizinhança.
A dengue, essa velha conhecida dos paulistanos, reapareceu em cena: um caso na Rua Vicenza, ao lado da Avenida General Ataliba Leonel, que reacendeu o medo num bairro que parecia esquecido pelo calendário da epidemia e pela sua situação geográfica.
Mas o mosquito não esquece. Silencioso, ele se reproduz onde ninguém vê: na tampinha do refrigerante, no pratinho do vaso de planta, na calha entupida. E por mais que o verão já tenha dado lugar ao outono, o mosquito do Aedes aegypti continua seu voo invisível entre milhões de moradores.
Consultada pelo DiárioZonaNorte, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) mais uma vez escorregou entre as respostas. Não confirmou oficialmente o caso da Rua Vicenza, mas sinalizou que, na 4ª feira (21/05/2025), realizou uma “ação de bloqueio de criadouros” na região. De fato, moradores relataram a presença de agentes da Unidade de Vigilância Sanitária (UVIS), os fiscais da saúde pública, batendo de porta em porta.
No entanto, o ritual da visita parece mais simbólico que eficaz. O agente toca a campainha, pergunta ao morador se há vasos com pratinhos com água. Com a resposta negativa, agradece, anota na prancheta e vai embora. Não entra. Não verifica. Não abre portões. A inspeção, ao que parece, é mais auditiva do que investigativa.
Nas entrelinhas, a SMS informa também que nos próximos dias enviará o carro da nebulização, o popular “fumacê”, para circular pela Rua Vicenza e nas vias em seu entorno. A fumaça, nesse caso, é a metáfora visível de uma guerra invisível, mas que não vence batalhas sozinha.

O que registra a Zona Norte
A Zona Norte fechou o ano de 2024 com mais de 71 mil casos de dengue. Em 2025, até o dia 16 de maio, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN – do Ministério da Saúde, alimentado com dados da Secretaria Municipal da Saúde -, demonstrou que a Zona Norte registrou o total de 5.087 casos de dengue nos quatro distritos:
- Santana/Tucuruvi/Mandaqui: 1.222 casos
- Casa Verde/Cachoeirinha/Limão : 2.067 casos
- Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros: 805 casos
- Jaçanã/Tremembé: 993 casos
Os números relatados
A capital, segundo dados da SMS, já contabiliza em 2025 mais de 5,6 milhões de ações no enfrentamento ao mosquito. São visitas domiciliares, aplicação de larvicidas, pulverização com drones, além de campanhas educativas que tentam transformar a passividade da população em vigilância ativa. No papel, parece muito. Mas nos bairros, o que se vê são lacunas.
Nos dias 1º, 3 e 4 de maio, a SMS diz ter vistoriado mais de 42 mil imóveis e nebulizado 3.300 quarteirões. Em 10 de maio, mais de 20 mil casas foram visitadas. A pulverização é ampla, mas a resposta local, em muitos pontos da Zona Norte, ainda parece tímida – e sem clareza nos dados por subprefeitura.

Causas, efeitos e cuidados
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, inseto que se prolifera principalmente em ambientes com água parada.
A enfermidade pode se apresentar de forma leve ou evoluir para quadros graves, com risco de morte. Os sintomas iniciais mais comuns incluem febre alta, dores intensas no corpo e articulações, dor de cabeça, além de manchas vermelhas na pele.