- Áreas de descanso terão banheiro, wi-fi, além de espaços com televisão, micro-ondas, entre outros serviços
No coração pulsante de São Paulo, onde o trânsito é sinônimo de desafio diário, os motoboys desempenham um papel crucial na engrenagem urbana.
Enfrentando jornadas que frequentemente ultrapassam 12 horas, esses profissionais lidam com prazos apertados, condições climáticas adversas e a constante pressão por eficiência. A falta de espaços adequados para descanso e alimentação agrava ainda mais a rotina extenuante desses trabalhadores.
Em resposta a essa realidade, a Prefeitura de São Paulo anunciou, nesta 6ª feira (09/05/2025), a criação de áreas de descanso exclusivas para motoboys e entregadores.
Mais condições de trabalho
As primeiras unidades serão implantadas na Avenida Paulista, próximo à Consolação, e na região do Brooklin. Cada espaço contará com infraestrutura completa, incluindo banheiros, acesso gratuito à internet, televisores e micro-ondas, permitindo que os profissionais possam repousar e se alimentar adequadamente durante suas jornadas.
A iniciativa atende a uma solicitação feita em março pelo Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo (SINDIMOTO-SP), durante a entrega de mais 6 km da via preferencial para motos na Avenida do Estado, utilizada por cerca de 14,4 mil motocicletas diariamente.
O Gestor Municipal destacou que “tudo será feito com muito carinho, de acordo com a demanda do SINDIMOTO-SP, ressaltando o compromisso da gestão municipal com a valorização desses profissionais.
A criação dessas áreas de apoio é resultado de uma ação conjunta entre diversas secretarias municipais, incluindo as de Governo, Subprefeituras, Mobilidade Urbana e Transporte, Desenvolvimento Econômico e Trabalho, além da Adesampa e da SPUrbanismo.
A medida visa não apenas oferecer melhores condições de trabalho, mas também reconhecer a importância dos motoboys na dinâmica da cidade.
Atualmente, São Paulo conta com mais de 280 mil motociclistas cadastrados como entregadores em aplicativos de delivery, segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Muitos atuam de forma informal, sem acesso a direitos trabalhistas básicos. O cotidiano desses profissionais envolve longos deslocamentos em meio a congestionamentos, exposição ao risco de acidentes e ausência de locais adequados para higiene e alimentação.
Correrias nas entregas
Segundo o SINDIMOTO-SP, grande parte dos motoboys chega a fazer de 20 a 30 entregas por dia e, muitas vezes, só conseguem parar por poucos minutos para se alimentar, usando calçadas ou postos de gasolina como refúgio improvisado.
“Essa estrutura vem para resgatar um mínimo de dignidade no nosso dia a dia. Ter onde sentar, usar um banheiro limpo ou aquecer uma marmita já muda tudo”, afirmou Gilberto Almeida dos Santos, presidente do sindicato, conhecido como Gil do Sindicato.
Com a implementação das áreas de descanso, a Prefeitura espera melhorar as condições de saúde e segurança dos motoboys, que estão entre os mais expostos aos perigos urbanos.
Além disso, o ambiente de acolhimento e conforto busca reduzir o estresse físico e mental acumulado nas ruas, contribuindo para a redução de acidentes e para a valorização de quem mantém a cidade funcionando — inclusive durante pandemias, greves e outros momentos de crise.
A proposta prevê a expansão dos espaços para outras regiões da cidade, conforme avaliação da demanda e parcerias com empresas e entidades do setor.
O processo licitatório para construção e operação das unidades será iniciado nas próximas semanas. Enquanto isso, os motoboys aguardam com expectativa a chegada dos novos pontos de apoio.
“É um grande reconhecimento, que começa a se concretizar”, resumiu Gil do Sindicato. “Agora esperamos que seja só o começo de uma política mais ampla de respeito ao motofrete.”
<< Com apoio de informações/fonte: Secretaria Especial de Comunicação-Secom >>